Sexta-feira, Março 29, 2024
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Rui Rio – palavra dada é palavra honrada!

Estava eu numa qualquer sala de advogados, num qualquer tribunal deste nosso Portugal, quando se iniciou uma amena conversa sobre o debate televisivo que opôs António Costa a Rui Rio. Por entre afanosos interregnos ocasionados por Colegas a solicitarem subscrições para poderem formalizar as suas candidaturas aos órgãos da Ordem das Advogados, começou a imperar a opinião de que o Presidente do PSD vencera, de forma segura e convincente, o Secretário-Geral do PS.

No início do colóquio, mantive-me silencioso e observador, procurando analisar o que se dizia e adivinhar as inclinações políticas de cada um dos causídicos que, invertendo a sua normalidade forense, ali assumia as funções de juiz.

Contudo, como seria de esperar, chegou o momento em que me perguntaram o que cogitava sobre o assunto. Naturalmente, depois de fazer a minha declaração de interesses, uma vez que sou militante do Partido Social Democrata e autarca eleito por esta agremiação, referi que compartilhava do entendimento dominante, mas que preferia relevar a fase imediatamente posterior ao término do confronto entre os líderes das duas maiores forças políticas do País.

Afirmei que, tendo sido veiculada a informação de que, à saída da arena em que se realizou o duelo, ambos os contendores não responderiam a inquirições jornalísticas, Rui Rio cumprira com a sua palavra, enquanto António Costa optara por torpedear a respectiva promessa e por se entregar, com um ostensório sorriso bonacheirão, às indagações mediáticas.

Acrescentei que o respeito estrito pelos pequenos compromissos – que são aqueles em que baixamos as nossas exigências e acabamos por permitir vícios e deslizes sem que daí se originem efectivas consequências – é sintomático da sobriedade e da honestidade de uma pessoa. Rui Rio, como homem sério, confiável, correspondera; António Costa, campeão da insolência ziguezagueante, falhara sem evidenciar embaraço ou constrangimento.

Houve generalizadas manifestações de concordância.

Ora, quem estuda os fenómenos políticos afiança-nos que, salvo raríssimas excepções, os debates não servem para converter eleitores de maneira significativa. Não é um excelente desempenho num desses exercícios argumentativos que vai granjear votantes em números suficientes para que, em situações de algum distanciamento entre concorrentes num sufrágio, os pratos da balança se equilibrem ou até pendam para o lado que se encontra em desvantagem. A utilidade de um debate bem-sucedido traduz-se, sim, no seu efeito dinamizador e motivador dos militantes e simpatizantes que, porventura, estejam desmoralizados. E, nesse aspecto, parece-me que o objectivo foi plenamente atingido!

Por tudo isto, creio que a postura recta e silente de Rui Rio, em contraste com o oportunista – mas dialogante – afterparty de António Costa, fez mais pela captação de votos que a disputa dialéctica entre os únicos candidatos com possibilidades de virem a capitanear um governo nacional.

Como perceberão, desejo que a galvanização dos meus correligionários dê frutos, no entanto, mesmo que tal não se confirme e não passe de um mero pensamento veleitário sem sustento na realidade, algo se revelou de gemante clareza: só Rui Rio pode garantir que palavra dada é palavra honrada!

João Salvador Fernandes

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