A deputada do Bloco de Esquerda Fabíola Cardoso realizou no último plenário da Assembleia da República uma intervenção sobre o cenário “de calamidade ambiental em que se encontra o caudal do rio Tejo”.
A deputada eleita por Santarém recorda que “o programa do governo afirma repetidamente a centralidade das questões ambientais e de combate às alterações climáticas. No capítulo referente à economia circular o tópico “Utilizar melhor a água que temos” avança, entre outras medidas, com a necessidade de aprofundar a Convenção de Albufeira, garantindo caudais diários no rio Tejo”.
“O Governo quer rever caudais, e nós concordamos, mas neste preciso momento o Tejo está em mínimos históricos, consequência não só das alterações climáticas mas essencialmente da ação humana”, afirmou a deputada.
Para Fabíola Cardoso, “o cenário de autentica calamidade ambiental em que se encontra o Tejo Internacional resulta do escoamento propositado da Barragem de Cedilho que levou ao esvaziamento quase total dos afluentes do Tejo a montante, nomeadamente dos rios Ponsul e Sever. As consequências de ordem ecológica, social e económica são enormes em toda a zona transfronteiriça, que o programa do governo também diz querer afirmar”.
Assim, a deputada Fabíola Cardoso perguntou ao Governo:
“Que medidas, no âmbito do programa de governo, impedirão a repetição no futuro próximo deste crime ambiental anunciado, perante a passividade da APA? Quais as medidas previstas para responsabilizar o estado espanhol e a Iberdrola, concessionária da Barragem de Cedilho, pelos danos causados aos ecossistemas e às populações? Podemos esperar medidas que privilegiem a prevenção e garantam caudais ecológicos contínuos e diários na rede hidrográfica, já após a reunião prevista para novembro?”
Para a deputada do Bloco de Esquerda, “o Tejo não é torneira que algumas empresas podem abrir e fechar quando querem, porque a água não é um negócio de alguns, é um direito e uma necessidade básica de tod@s!”