O Conselho Intermunicipal da CIM do Médio Tejo, reunido a 6 de junho, na Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, em Vila de Rei, decidiu propor à ministra da Saúde a criação de uma equipa comunitária de Saúde Mental no Médio Tejo.
Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIM do Médio Tejo, afirma que no âmbito da Saúde Mental “chega-se à conclusão que há um conjunto de carências muito relevantes de apoio e na interligação dos agentes no território”.
Neste sentido, os presidentes analisaram o dossiê sobre as carências e os problemas ligados à Saúde Mental no Médio Tejo e decidiram formalizar junto da Ministra da Saúde, Marta Temido, que seja tomada a decisão formal, de acordo com a proposta técnica existente, a criação da primeira equipa comunitária de Saúde Mental no Médio Tejo.
Para além da criação da primeira equipa comunitária, são um conjunto de medidas que a CIM do Médio Tejo propõe, nomeadamente: a criação de uma Residência de Apoio Máximo para proporcionar a continuidade dos cuidados em saúde mental de forma digna, para diminuir o número de reinternamentos e o agravamento da doença, mantendo os doentes junto da sua comunidade. Como também, que se crie uma Rede da Saúde Mental do Médio Tejo – Rede SAME MT para a conveniente e eficiente articulação intermunicipal de todos os intervenientes desta temática na região.
Não menos importante, e tendo em conta o trabalho que o CHMT e o ACES do Médio Tejo vêm desenvolvendo, será igualmente importante considerar uma Residência Autónoma de Saúde Mental e as Unidades Sócio Ocupacionais para dar a adequada continuidade aos cuidados em saúde mental, nomeadamente a determinados doentes sem suporte familiar ou social, cujo número é significativo no Médio Tejo.
No conjunto de propostas elencadas pelos diversos parceiros há uma serie de fatores a ter em conta na detenção da doença. Em concreto: definir uma maior proximidade entre os diversos serviços de saúde e as instituições de apoio à saúde mental; Criar protocolos com a Comunidade Escolar do Médio Tejo; Criar Equipas Especializadas de Sinalização; Acompanhamento e Impulsionar a constituição de uma Rede alargada de Saúde Mental e reforçar os recursos humanos, nomeadamente o número de médicos pedopsiquiatras e psicólogos.
No apoio à doença, foi manifestado como necessário: Criar uma equipa multidisciplinar disponível e com competência nesta área para apoio aos cuidadores; Implementar o “Gabinete de Apoio Psicossocial” ; Definir coordenadores e/ou gestores de casos/equipa entre os Hospitais e os Cuidados de Saúde Primários; Criar uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental; Disponibilizar recursos humanos em ambulatório (psicólogos e enfermeiros); Criar “Fórum Sócio Ocupacional” e Criar Equipas de Apoio Domiciliário.
Já no acompanhamento e pós tratamento da doença, para a CIM do Médio Tejo é crucial criar um plano de acompanhamento da pessoa doente e da família; Viabilizar respostas no âmbito psicossocial e reintegração; Criar Equipas Especializadas para Acompanhamento Pós Tratamento; Criar um Lar Residencial para doentes com doença mental; Definir estratégias para o financiamento para a construção ou adaptação de estruturas para o desenvolvimento de Residências Autónomas e de Treino de Autonomia e Promover ações de informação e sensibilização sobre saúde mental junto da população.
Recorde-se que a região do Médio Tejo apenas dispõe de Serviços de Apoio à Saúde Mental no âmbito do Centro Hospitalar do Médio Tejo – Serviço de Psiquiatria, e do Agrupamento de Centros de Saúde Médio Tejo – ACES do Médio Tejo.