Tradição que se cumpre de quatro em quatro anos, a Festa dos Tabuleiros em Tomar tem início já no sábado, dia 29 de junho e prolonga-se até 8 de julho, com um extenso programa que pode ser consultado AQUI.
A Festa dos Tabuleiros realiza-se tradicionalmente, de 4 em 4 anos no início de julho. A sua origem remonta ao Culto do Espírito Santo, no século XIV, mas nela se manifestam indícios de antigos cultos pagãos das festas das colheitas, na profusão de flores, na presença do pão e das espigas de trigo nos tabuleiros.
Ao Cortejo, que tem lugar domingo, dia 7 de julho, ponto alto dos festejos, associa-se um rico conjunto de intervenções culturais e recreativas, de que se destacam o Cortejo dos Rapazes, o Cortejo do Mordomo, as Ruas Populares Ornamentadas, os jogos Populares, os Cortejos Parciais, os Arraiais Populares e a Pêza.
Na sexta-feira anterior ao Cortejo dos Tabuleiros tem lugar o Cortejo do Mordomo, no dia 5 de julho, o qual simboliza a entrada na cidade dos bois do sacrifício que, no passado, viriam a ser abatidos para distribuição da carne. Antigamente chamava-se Cortejo dos Bois do Espírito Santo; hoje é um importante cortejo de carruagens e cavaleiros, com as parelhas de bois à cabeça.
As ruas do Centro Histórico, vedadas ao trânsito, são ornamentadas com milhões de flores de papel confecionadas durante muitos meses de labor apaixonado.
No dia 6 de julho, sábado anterior ao do Grande Cortejo, de manhã, chegam das freguesias, nos Cortejas Parciais, as centenas de Tabuleiros que no dia seguinte irão desfilar. À tarde têm lugar os jogos Populares Tradicionais (corrida de bilhas e pipas, tração de cordas, subida do pau ensebada, chinquilho,…).
Domingo, dia 7 de julho, o Cortejo dos Tabuleiros inicia-se com gaiteiros e fogueteiros. Depois, o Pendão do Espirito Santo e as três Coroas dos Imperadores e Reis. Seguem-se os Pendões e Coroas de todas as freguesias.
O Cortejo é um caudal imenso e serpenteante de cor e música. Centenas de pares fazem o cortejo: o traje feminino compõe-se de vestido comprido, com uma fita colorida a cruzar o peito, levando no alto os Tabuleiros; o traje masculino é uma simples camisa branca e mangas arregaçadas, calças escuras, barrete ao ombro e gravata na cor da fita da rapariga.
A fechar o Cortejo vão os carros triunfais do pão, da carne e do vinho puxados pelos bois do sacrifício simbólico.
O tabuleiro é o símbolo e principal alfaia da Festa dos Tabuleiros. Deve ter a altura da rapariga que o carrega. Ornamenta-se com flores de papel, verdura e espigas de trigo. É constituído por 30 pães de formato especial e 400 gramas cada, enfiados equitativamente em 5 ou 6 canas. Estas saem de um cesto de vime envolvido em pano bordado e são rematadas, no topo, por uma coroa encimada pela Cruz de Cristo ou Pomba do Espírito Santo.
Segunda-feira, dia 8 de julho, após o Cortejo, a rematar a Festa, manda a Tradição e a Solidariedade que aos necessitados se distribua a carne, o pão e o vinho que foram benzidos no dia anterior – a Pêza.