
As escadinhas da Calçada de Santa Clara continuam a degradar-se a olhos vistos. Lugar nobre da nossa cidade, têm merecido o desleixo do poder autárquico.
Já em fevereiro de 2015, a então deputada municipal pelo BE, Fabíola Cardoso, alertava a Câmara para essa degradação das escadinhas que se situam entre a Escola Secundária Sá da Bandeira e a Igreja de Stª Clara, em Santarém.
A sujidade, a presença constante de lamaçais, o vandalismo, têm acrescentado os sinais de desmazelo.
As fendas na estrutura têm vindo a aumentar e um desabamento pode acontecer a qualquer momento.
Em 2015, instada a dar informações sobre as medidas a implementar para resolver o problema em causa, a Câmara Municipal de Santarém, pela voz do então vereador Luís Farinha, referiu que a CMS iria proceder a uma nova limpeza. Quanto às “fissuras existentes nas escadas e muros, o problema só teria solução definitiva com o arranque de algumas árvores”, espécies invasoras, cujas raízes criam pressão nas estruturas em pedra.
Passaram-se quatro anos e meio e a solução está por implantar.
Por certo a obra deve ter maior complexidade que a reparação das barreiras da estrada nacional 114. Talvez se tenha de contratar mais uma empresa para fazer um estudo técnico, uma outra empresa para fazer o orçamento e uma outra para fazer a obra. E talvez uma outra para a fiscalização!
Ou talvez o segredo esteja no provérbio “quem o feio ama bonito lhe parece”!
Interpretando o provérbio, será caso para referir que Ricardo Gonçalves e a sua equipa amam estas escadinhas e tanto mais as amarão quanto mais feias as deixarem estar.
Esse amor incondicional reside nas qualidades de beleza interior da espécie invasora.
Os muros e a estrutura em pedra poderão estar a rachar, mas para o poder local estas aberturas são atos de libertação das raízes que brotam do interior para derrubar os muros da opressão.
Se os muros caírem isso será a revolução emancipadora das bases populares, as raízes, contra a ditadura dos muros de Trump na política das escadinhas.
É caso para dizer: “o amor é louco”!
Vítor Franco