O Instituto Politécnico de Santarém é a instituição de ensino superior do país que sofre maior redução do número de vagas no concurso nacional de acesso ao ensino superior público, iniciado esta semana e cujo prazo termina no dia 6 de agosto. O diário online Mais Ribatejo questionou a presidência do IP Santarém sobre os motivos e o significado desta redução de vagas.
Leia as respostas do presidente do Instituto Politécnico de Santarém, José Mira Potes ao diário online Mais Ribatejo, sobre esta questão:
+R – Quais os motivos para esta redução de 70 vagas no IP Santarém para este ano lectivo?
JMP – A redução do número de vagas deve-se, essencialmente, ao facto de dois dos cursos terem deixado de fazer parte da nossa oferta formativa. Um desses cursos está a ser alvo de remodelação e será oferecido , na sua nova versão e com novo designação, já no próximo ano letivo. O outro curso, versão em inglês de um outro curso em português de grande procura, tem tido nos últimos anos candidaturas em número residual e, deste modo, decidimos não o fazer constar do concurso nacional sendo incorporado na oferta em língua portuguesa.
+R – Que efeitos terá no desenvolvimento da atividade do IP Santarém? Vão encerrar cursos? Quais e porquê?
– Os efeitos serão positivos para o desenvolvimento da atividade do IPSantarém. Por um lado permite-nos repensar, reformular e atualizar a oferta formativa do Politécnico, acompanhando novas tendências no respeitante à procura de formação e desenvolvimento técnico-científico.
O IPSantarém não tenciona encerrar cursos. Antes pelo contrário, tenciona alargar e diversificar a sua oferta formativa abrangendo um cada vez maior leque de candidatos e respondendo a novas necessidades regionais e nacionais.
+R – A redução das vagas irá repercutir-se no financiamento do IP Santarém para este ano letivo?
JMP – A redução do número de vagas não corresponde, de modo nenhum, a uma redução do número de estudantes, mas sim a uma racionalização e modernização da oferta formativa. A percentagem de estudantes matriculados relativamente às vagas totais apresentadas ao concurso nacional tem rondado nos últimos anos os 70%. Estamos seguros que em 2019/2020 esta percentagem será superada e, com os concursos locais previstos ultrapassaremos largamente o número de estudantes admitidos nas nossas licenciaturas no ano transato.
Não é novidade para ninguém que o Politécnico de Santarém tem um financiamento por parte do Orçamento do Estado per capita inferior a outros politécnicos de igual dimensão. Pensamos, pois, que a tutela estará atenta a esta situação já amplamente assinalada e que será corrigida tanto mais que estamos confiantes que o seu número de alunos irá, de facto, aumentar de acordo com a tendência já manifestada no ano passado.
+R – O que vai fazer o IP Santarém para contrariar esta constante redução do número de vagas verificada pelo menos desde 20014, ano em que eram 1031 vagas?
JMP – O grande desafio do IPSantarém não é contrariar a redução do número de vagas, mas aumentar o número de alunos no quadro de um instituto de grande qualidade nacional e internacional e ao serviço do desenvolvimento da região. Para isso, estamos a melhorar e a diversificar a nossa oferta formativa, a proporcionar as melhores condições de estudo aos nossos alunos, a desenvolver de forma assumida a ligação à região e suas instituições através, sobretudo, dos vetores da prestação de serviços e investigação aplicada.