Quinta-feira, Abril 18, 2024
banner-complexo-aquático
InícioSociedadePolémica do Mercado de Santarém em debate (Vídeo)

Polémica do Mercado de Santarém em debate (Vídeo)

Da descoberta em 1990 do autor do projeto do Mercado municipal de Santarém pelo arquiteto José Augusto Rodrigues até à atualidade marcada pela ação musculada da Câmara para expulsar os comerciantes locais, foi muito interessante o debate organizado esta quinta-feira, pela AMSIC – Associação Mais Santarém-Intervenção Cívica.

Mercado de Santarém: Passado, presente e futuro“ foi o tema da tertúlia que teve lugar no restaurante Varanda do Parque no Cnema.

O encontro abriu com uma palestra do arquiteto José Augusto Rodrigues que contou como descobriu, em 1990, por mero acaso e curiosidade pessoal, que o projeto do mercado municipal é da autoria do famoso arquiteto Cassiano Branco que assinou várias outras notáveis obras de arquitetura portuguesa do século XX, como o Teatro Eden em Lisboa.

O arquiteto Carlos Guedes Amorim falou da importância desta obra de arquitetura e da necessidade de equacionar a utilização futura do mercado, após as obras, para o que seria importante existir um programa que contemple questões como o estacionamento.

Das intervenções dos participantes da tertúlia, destaque para Estela Lázaro que deu conta da luta dos lojistas e vendedores do mercado pelos seus direitos e da forma musculada como a Câmara os está a obrigar a abandonar o mercado onde trabalharam durante décadas.

Veja aqui o vídeo da intervenção de Estela Lázaro.

O contencioso entre a Câmara e os comerciantes do mercado agravou-se no início de maio com um primeiro edital em que a autarquia dava um mês para abandonarem o espaço onde trabalham há décadas, como alternativa, o Município apontou-lhes a Casa do Campino, local que consideram inviável, uma vez que teriam de remover os equipamentos durante o festival de gastronomia e a festa de S. José, além de ficar afastado do movimento da cidade.

Na altura dos comerciantes reuniram 1700 assinaturas numa petição em seu apoio e interpuseram uma providência cautelar no tribunal administrativo de Leiria, para travar o início das obras, que aguardava apenas o visto do tribunal de contas que surgiu já no início de julho. Em causa, para os comerciantes do mercado está o que consideram ser um desrespeito pelos seus direitos. “É vergonhoso que a Câmara queira despejar as pessoas sem qualquer direito, sem qualquer indemnização, e substituir o mercado diário por um centro comercial”, declara Estela Lázaro.

Veja aqui a intervenção de Estela Lázaro sobre a providência cautelar e o edital da Câmara que dá aos comerciantes um prazo para abandonarem as lojas e as bancas do mercado, até dia 30 de julho, terça-feira.

Foi com enorme surpresa que os comerciantes foram confrontados na passada terça-feira com um novo edital da Câmara a ordenar-lhes a “desocupação imediata de todas as lojas e bancas do Mercado Municipal de Santarém e a interdição do acesso e funcionamento do mercado, de modo a permitir a execução da empreitada de recuperação deste equipamento municipal”. A Câmara ameaça ainda os comerciantes com a polícia e com o pagamento de despesas, se não acatarem a ordem de despejo. Uma atitude que motivou várias intervenções de indignação dos participantes do debate, como Luísa Barbosa e Paulo Chora.

O deputado municipal José Magalhães, do Mais Santarém, salientou a forma como outros Municípios fizeram a requalificação dos seus mercados tradicionais, respeitando e acarinhando os seus comerciantes.

António Veiga, do PS, que integra juntamente com José Magalhães a comissão municipal de defesa do mercado municipal, deu conta da falta de diálogo e entendimento por parte do presidente da Câmara de Santarém sobre esta matéria, fazendo valer a política do quero, posso e mando que a maioria absoluta lhe tem permitido.

Armando Rosa, presidente da Associação Mais Santarém, questiona a própria existência de um mercado municipal em Santarém, retomando o tema do artigo que publicou neste site há cerca de um mês.

Nuno Domingos, técnico superior da Câmara, deu conta do historial de tentativas de requalificação do mercado municipal e das suas dúvidas quanto ao futuro sucesso deste equipamento.

Francisco Mendes, dirigente da Associação Mais Santarém, moderou o debate e leu o texto enviado pelo arquiteto Domingos Santos Silva, autor de um anterior projeto para requalificar o mercado, que ficou na gaveta.

Um debate muito animado e participado que apontou já um possível tema da próxima tertúlia, a dedicar à questão da linha ferroviária, infraestrutura que Santarém corre o risco de perder no futuro...

Deixe o seu comentário

por favor, escreva o seu comentário
Por favor, escreva aqui o seu nome

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Também pode ler

Subscreva a newsletter

Receba as notícias do dia do jornal Mais Ribatejo diretamente na sua caixa de email.

Artigos recentes

Comentários recentes

pub
banner-união-freguesias-cidade-santarem
spot_img
Fechar