O tempo seco e a redução dos caudais dos rios volta a favorecer a proliferação da praga dos jacintos de água nos afluentes do rio Tejo, sendo mais preocupante o problema do rio Sorraia, que levou a Agência do Ambiente a avançar com uma ação de remoção desta praga, em cooperação com as autarquias da região.
A remoção dos jacintos no rio Sorraia deverá começar em 27 de agosto e a intervenção vai ser tutelada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
“No imediato vai haver uma intervenção musculada para aquelas zonas que têm mais a propagação do jacinto de água”, disse o presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira (PS).
O plano de remoção destas plantas prevê a utilização de uma ceifeira aquática, duas giratórias, duas embarcações “com um a dois técnicos para remover manualmente as plantas presas na vegetação” e duas máquinas retroescavadoras “para apoio na margem”.
Durante a intervenção também vão ser instaladas quatro “barreiras de contenção” destas plantas infestantes.
Reconhecendo as críticas apontadas pelo movimento “Juntos pelo Sorraia” em relação à periodicidade na remoção destas plantas, Francisco Oliveira referiu que “não se pode fazer uma intervenção pontual, à semelhança daquilo que se tem vindo a fazer nos anos anteriores”.
“O objetivo é que possamos usufruir e fruir do nosso rio sem que tenhamos este problema de nos confrontar com este manto verde que cobre o nosso rio Sorraia, numa extensão muito grande”, finalizou.
O Movimento Juntos pelo Sorraia, que se propõe combater a praga desta planta aquática originária do Amazonas, defende que a remoção dos jacintos deve ser feita de forma mais regular: “Não é com limpezas pontuais que se resolve o problema. Tem de se ter um braço forte. O rio não pode ser deixado à sua sorte por dois, três ou quatro anos.”
De acordo com o Plano de Remoção do Jacinto de Água do Rio Sorraia, citado pela agência Lusa, um só exemplar consegue produzir entre 50 a 70 novos jacintos “em apenas um mês”.
O presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), afirmou à Lusa que não se pode dizer que foi “um açude que potenciou” esta situação, conforme disseram alguns populares citados por alguma comunicação social.
De facto, a praga dos jacintos de água, originários do rio Amazonas, já foi introduzida há décadas na bacia do Tejo.
“Esta praga de jacintos não é nova, é uma situação que já está introduzida no país há algum tempo”, explicou, acrescentando, contudo, que agora é “de grande urgência”.
Carlos Coutinho salientou que “um pequeno foco de jacintos” consegue multiplicar-se em pouco tempo e, em duas semanas, o rio está “cheio de jacintos”. Por essa razão, remover estas plantas não tem um prazo definido: “Seguramente irá levar semanas, meses, para conseguirmos fazer esta remoção”.
“Estaremos a falar seguramente, para termos uma ideia, de mais de um milhão de metros cúbicos de jacintos que estarão a cobrir o rio nesta altura”, explicitou o autarca.