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Comes & bebes – Gelados

Os primeiros dias de Setembro, no Ribatejo, têm aumentado as temperaturas e por isso mesmo o consumo de gelados. Gelados de cariz industrial, os quais povoam as cartas de sobremesas nos restaurantes, por isso mesmo, as pastelarias, geladarias e casas afins são abastecidas diariamente de gelados de várias formas e feitios, sabores e tonalidades, provocando, de modo quase que totalitário o desaparecimento dos gelados tradicionais, dos sorvetes prazenteiros da nossa infância já que os mais novos não os conhecem.

Há tempos o jornalista Fernando Barciela do El País referia-se ao tema e aos esforços da Confederação dos sorveteiros porque os seus associados estão a levar a efeito várias iniciativas no sentido de contrariarem a tendência descaracterizadora do gosto pelos gelados de génese tradicional recheados a aromas e sabores de antanho.

Em Portugal a situação é bem pior, a indústria alimentar no sector dos gelados é arrasadora no tocante a vendas, os sorvetes de cunho tradicional só estão disponíveis em meia-dúzia de locais, maioritariamente em Lisboa e Cascais. E, viva o velho!

É longa, de milénios a historia do consumo da «neve», processos engenhosos levaram o homem a inventarem sistemas de conservação dessa neve no pináculo do calor e durante todo o ano, Gil Vicente alude ao hábito de os possidentes acalmarem a secura recorrendo às neveiras, bem mais tarde temos notícia e ainda podem ser observadas instalações de conservação na serra de Montejunto onde eram depositadas as neves destinadas a aplacarem o palato de D. João V e seus cortesão dando origem à multiplicação dessas sorveteiras na capital e locais chiques de veraneio para satisfação da burguesia ascendente e lucro dos italianos vindos para Portugal trazendo no bornal saberes transformados em sabores gulosos a todo o tempo, a toda a hora, dependendo a repetição das moedas existentes na bolsa de cada um.

Se o leitor tiver informação de locais de culto do sorvete espalhe a informação pois é a forma de não deixar fenecer tão agradável produto alimentar.

Armando Fernandes

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