O apicultor Júlio Inácio, de Santarém, mostra neste vídeo como tem caçado a vespa asiática, através de armadilhas colocadas junto dos apiários.
Desde a chegada da vespa asiática ao Ribatejo, como contou ao Mais Ribatejo na semana passada, já lhe morreram três ou quatro colmeias. O que o levou a saber que os vizinhos da Beira Beixa, onde a praga chegou mais cedo, já tinham um engodo que atrai a vespa asiática, mas não as abelhas. Segundo os apicultores do Padrão, São Pedro do Esteval, uma mistura de fermento, açúcar e água, com uma cura de três dias, permite atrair centenas de vespas. Uma ajuda a enfrentar a praga, enquanto não se encontram os ninhos, no Jardim de Cima, na cidade de Santarém.
Em caso de detetar um ninho de vespa velutina deverá procurar ajuda profissional.
O ICNF- Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas recomenda:
- A deteção ou a suspeita de existência de ninho ou de exemplares de Vespa velutina nigrithorax deverá ser comunicada através de um dos seguintes meios:
- inserção/georreferenciação online do ninho ou dos exemplares de vespa e preenchimento online de um formulário com informação sobre os mesmos, disponível no portal www.sosvespa.pt, acessível a partir dos portais da Direção Geral de Veterinária e Alimentação, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, das Direções Regionais de Agricultura e Pescas, do SEPNA/Guarda Nacional Republicana e das Câmaras Municipais respetivas;
- preenchimento de um formulário – Anexo 4 – e envio para a Câmara Municipal da área onde ocorreu a observação;
- preenchimento via Smartphone disponível no portal www.sosvespa.pt;
- contactar a linha SOS AMBIENTE (808 200 520). Neste caso o observador será informado do procedimento a seguir para a efetiva comunicação da suspeita;
- poderá também solicitar a colaboração da junta de freguesia mais próxima do local de deteção/suspeita, para o preenchimento do formulário – Anexo 4 [PDF 123 KB] .
- Deverá, sempre que possível, ser anexada fotografia da vespa ou do ninho, para possibilitar a sua identificação.
- Qualquer informação, comunicada através dos meios atrás referidos, será encaminhada para a Câmara Municipal correspondente ao local de deteção/suspeita, que dará o devido seguimento ao processo.
- Em caso de necessidade de identificação de exemplares, deverá proceder-se ao seu envio para o INIAV, que fará a respetiva confirmação. A confirmação deverá ser sempre reportada ao portal www.sosvespa.pt, que centraliza a informação recebida.
- A destruição dos ninhos deve ser feita com equipamento de protecção e seguindo as orientações constantes no Plano de Ação. Nunca usar armas de fogo (e.g. armas de caça), mesmo no caso de difícil acesso aos ninhos, pois este método só provoca a destruição parcial do ninho e contribui para a dispersão e disseminação da vespa asiática por constituição de novos ninhos.
- No âmbito do Plano de Ação e de acordo com o determinado no seio da Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa velutina (CVV), a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal elaborou um Manual de Boas Práticas na destruição de ninhos de Vespa velutina, que mereceu a aprovação da CVV e que se encontra à disposição das Câmaras Municipais para apoio nessa tarefa.
- Na ausência ou perda da rainha, esta espécie tem a capacidade de as obreiras se transformarem em fêmeas fundadoras e construírem novos ninhos.
- A Vespa velutina nigrithorax, designada por Vespa asiática, é uma espécie não-indígena, predadora da abelha europeia (Apis mellifera). Esta vespa asiática, proveniente de regiões tropicais e subtropicais do norte da India, do leste da China, da Indochina e do arquipélago da Indonésia, ocorre nas zonas montanhosas e mais frescas da sua área de distribuição.
- A sua introdução involuntária na Europa ocorreu em 2004 no território francês, tendo a sua presença sido confirmada em Espanha em 2010, em Portugal e Bélgica em 2011 e em Itália em finais de 2012.
- Na época da primavera constroem ninhos de grandes dimensões, preferencialmente em pontos altos e isolados. Esta espécie distingue-se da espécie europeia Vespa crabro pela coloração do abdómen (mais escuro na vespa asiática) e das patas (cor amarela na vespa asiática).
- Os principais efeitos da presença desta espécie não indígena manifestam-se em várias vertentes, sendo de realçar:
- na apicultura – por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas;
- para a saúde pública – não sendo mais agressivas que a espécie europeia, no caso de sentirem os ninhos ameaçados reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros.