Em entrevista ao Mais Ribatejo, António Raminhos confirma que o ataque dum carapau numa praia do Algarve foi o ponto de partida para o novo espetáculo “O sentido das coisas… e isso” que vai iniciar o tour internacional em Santarém, no grande auditório do CNEMA já este sábado, 19 de outubro.
Mais Ribatejo – O anterior tour de António Raminhos “O melhor do pior” contou com mais 100 noites de casa cheia. O programa “100% Português” na RTP foi um grande sucesso, e o seu novo programa na SIC “Esta mensagem é para ti” volta a ser líder de audiências, com um milhão de espectadores. Quais foram os ingredientes desta caminhada de sucesso de António Raminhos?
António Raminhos – Acho que tem a ver com o facto de ser genuíno. É real. Eu não sou diferente fora de palco e em palco. Não sei se isso é melhor ou pior, mas é a minha postura nas coisas. Se é por isso que os meus amigos gostam de mim, não posso ser de modo diferente para os outros.
+R – O que pode esperar o público de Santarém deste novo espetáculo ”O sentido das coisas… e isso” que está agora em tour pelo país?
António Raminhos – Santarém é a primeira data! E se escolhemos Santarém é por alguma razão! Porque as duas vezes que fui ao CNEMA correu muito bem, foi casa cheia e agora não pode ser de modo diferente! O que podem esperar é uma espécie de continuação do trabalho que tem vindo a ser feito. Para mim, stand up é muito mais do que contar piadas, é contar uma história, o modo como vivo as coisas, partilha, algo com que as pessoas se identifiquem. A maior parte das vezes o que difere de mim das outras pessoas é que eu digo tudo o que passa pela cabeça…
+R – António Raminhos contava muitas histórias da sua vida pessoal no anterior espetáculo “O Melhor do Pior”. Ao que ouvimos falar, neste novo espetáculo “O Sentido das Coisas… e isso” também conta episódios da sua vida, e parece que até há uma história do ataque dum carapau numa praia do Algarve. Afinal, do que trata este espetáculo?
António Raminhos – Esse ataque foi verdadeiro! De tal forma que foi o ponto de partida para este espetáculo. Não posso desvendar nada da história, mas essa é mesmo surreal. Este espetáculo é carregado de partilhas mais pessoais e de algo que diz a muito portugueses, a ansiedade, o stress, o medo do que aí vem e de como lidar com isso.
+R – O título do espetáculo “O Sentido das Coisas…e isso” faz lembrar o filme “O Sentido da Vida” dos Monty Python. Deve alguma coisa ao grupo inglês em termos de inspiração? Quais são as suas referências no humor?
António Raminhos – Por acaso nunca tinha pensado nisso! Tenho várias desde os nacionais como o grande Mestre Herman José, a Raúl Solnado, ao meus amigos Carlos Moura, Pedro Miguel Ribeiro, Hugo Sousa, Eduardo Madeira, Miguel 7 Estacas, entre outros. Lá fora Conan O’Brien, o velhinho Jerry Lewis e muitos contadores de histórias como o nosso Serafim ou o Mike Birbiglia, que sim foi não uma inspiração mas uma referência de como fazer stand up com história.