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Câmara de Tomar investe 280 mil euros no Museu e Núcleo Interpretativo da Sinagoga

O Núcleo Interpretativo da Sinagoga de Tomar e o Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto, inaugurados esta terça-feira, valorizam a sinagoga da cidade, a “mais antiga do país” e o segundo monumento mais visitado do concelho, disse a presidente do município.

A presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, disse à Lusa que o espaço da sinagoga estava há muito a precisar de obras de reabilitação, sobretudo devido aos efeitos da humidade na sua estrutura, tendo o município submetido uma candidatura a fundos comunitários através do programa Portugal 2020, que permitiu a intervenção naquele espaço.

Ao mesmo tempo, o município candidatou a intervenção no piso superior, para instalação do núcleo interpretativo, ao mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), que financiou o equipamento e os conteúdos em formato digital.

O investimento global rondou os 280.000 euros.

Este centro reúne o espólio do museu e narra a presença sefardita em Tomar, acrescentou a autarca.

Admitindo-se ter sido construído no início do século XV, o templo hebraico – monumento nacional classificado desde 1921 – é, segundo Anabela Freitas, o segundo mais visitado em Tomar, logo a seguir ao Convento de Cristo.

Em 2018, quando o espaço estava em obra, e, por isso, com acessos limitados, recebeu 89.000 visitantes.

A intervenção incluiu ainda o edifício contíguo à sinagoga, onde, em escavações realizadas em 1980, se pensa terem sido encontrados vestígios do que foi o local do ritual da purificação e o do fabrico do pão. Contudo, a autarca frisou que não existe consenso quanto a esta matéria.

Com as ruínas tornadas agora mais visíveis, esse espaço passará a poder ser também visitado, embora de forma condicionada, com marcação prévia para pequenos grupos, “por razões de segurança”.

Anabela Freitas adiantou que o município adquiriu igualmente um terreno contíguo com projeto já adjudicado para um jardim que irá dar “continuidade” ao monumento, estando neste momento a decorrer escavações arqueológicas.

A criação do Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto era um “sonho” de Samuel Schwarz, judeu polaco investigador da cultura hebraica que adquiriu a sinagoga de Tomar ao Estado português em 1923, dois anos depois da sua classificação como monumento nacional, para a resgatar do estado de abandono em que se encontrava.

O “sonho” de Schwarz ficou lavrado em escritura pública aquando da doação do edifício ao Estado em 1939.

Com a ordem de expulsão dos judeus no final do século XV, a sinagoga foi transformada em cadeia do concelho e, mais tarde, em ermida da invocação de S. Bartolomeu, sendo que no século XIX chegou a funcionar como celeiro e armazém de mercearias.

Tomar integra a Rede de Judiarias de Portugal, a cuja assembleia-geral preside, sendo um dos objetivos dos 40 municípios da rede fomentar o turismo religioso judaico, sobretudo oriundo dos Estados Unidos da América, disse Anabela Freitas, salientando a premência de esta associação “ser dinâmica”.

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