
O BE – Bloco de Esquerda criticou hoje o chumbo da proposta que apresentou no parlamento para incluir no Orçamento do Estado a construção de uma nova ponte entre a Chamusca e a Golegã, afirmando que é uma “oportunidade adiada”.
“A ponte da Chamusca continua adiada pois, com os votos contra do PS, Chega e Iniciativa Liberal e com a abstenção do PSD e CDS, perdeu-se esta oportunidade para o distrito, uma vez que só a construção de uma nova ponte responde às necessidades das pessoas, à economia e às reivindicações das autarquias locais”, disse hoje à Lusa a deputada do BE eleita por Santarém, Fabíola Cardoso.
A deputada do BE falava junto à ponte da Chamusca, inaugurada em 1909, onde fez hoje uma conferência de imprensa.
A bloquista tinha desafiado todos os partidos políticos com assento parlamentar, em especial os deputados eleitos pelo distrito de Santarém, para se “passar das palavras aos atos e votar favoravelmente esta proposta a incluir no Orçamento do Estado para melhorar a vida das pessoas”.
A proposta foi chumbada com os votos contra de PS, Chega e Iniciativa Liberal, a abstenção do PSD e CDS e os votos favoráveis do BE, PCP e PAN.
Na conferência de imprensa era visível o grande volume de tráfego rodoviário, nomeadamente de camiões, e eram evidentes as dificuldades de circulação no tabuleiro da ponte, que não permite a passagem de duas viaturas pesadas em simultâneo.
“A ponte da Chamusca é uma passagem que serve milhares de pessoas todos os dias (…) e serve também de via de transporte a milhares de pesados que transportam resíduos para o Ecoparque do Relvão, criando aqui uma situação muito grave”, disse a deputada.
Fabíola Cardoso alertou que o transporte de resíduos de todo o país, inclusive resíduos perigosos, em direção à Chamusca, “continua-se a fazer por dentro de povoações por falta de alternativa” rodoviária.
A bloquista lembrou que “a situação é tão grave que em 2018 foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República uma proposta de resolução a dizer claramente que esta era uma prioridade, uma necessidade, um problema que urge resolver”, tendo afirmado ser “lamentável” que a ponte, “além de ser uma passagem, continue a ser hoje, em 2020, uma miragem”.
Para o BE, ao recusar a proposta, “PS e PSD mostram a sua falta de coragem política”, afirmando que aqueles partidos “votam a favor de uma recomendação, mas votam contra quando se trata de a colocar em aplicação transformando-a em lei”.
Reiterando ter-se tratado de “uma oportunidade adiada”, a deputada do BE afirmou que “não abandona as populações do distrito aos joguinhos do bloco central” e que vai continuar a bater-se por uma solução para a ponte da Chamusca dentro e fora do parlamento.
