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Fotografias de mulheres guineenses em exposição no centro cultural de Santarém

A exposição “Fotografar é dar Vida”, resultante de um projeto de fotografia participativa com mulheres de duas comunidades da Guiné-Bissau, vai estar no Centro Cultural Regional de Santarém (CCRS) de 07 a 23 deste mês.

A exposição, que depois da mostra inicial nas tabancas de Suzana e Varela, comunidades no norte da Guiné-Bissau, passou por Bissau e por várias cidades de Portugal e do Brasil, vai estar patente no Fórum Actor Mário Viegas, do CCRS, juntamente com uma vertente multimédia, com vídeos sobre o projeto e o trabalho da organização não-governamental para o desenvolvimento (ONGD) VIDA, que trabalha há mais de 20 anos naquele território.

Fernando Mendes, membro dos órgãos sociais da VIDA (Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano) e residente em Santarém, disse à Lusa que a vontade de manter a itinerância da exposição é uma forma de dar visibilidade ao trabalho que tem vindo a ser feito junto das comunidades daquela região guineense, sobretudo com as mulheres, numa perspetiva de afirmação e de educação para a redução da mortalidade e das doenças maternoinfantis.

O projeto “Fotografar é dar Vida” realizou-se em julho de 2016 nas comunidades de Suzana e Varela, e, ao longo de três semanas, envolveu um grupo de 28 mulheres guineenses de etnia felupe, que “utilizou a fotografia como forma de expressão e partilha das suas experiências, anseios e rotinas”.

“Através de uma metodologia participativa designada Photovoice, as imagens captadas foram um ponto de partida para um debate comum e uma compreensão alargada sobre a perspetiva pessoal de cada uma destas mulheres e do grupo”, afirma um texto sobre a iniciativa.

O que coloca várias questões: “O que é ser mulher felupe? O que significa ser mãe? Como garantir uma maternidade saudável? Como se transmitem as tradições culturais?”, acrescenta a nota.

Integrada num projeto de saúde maternoinfantil promovido pela VIDA entre 2014 e 2016, o Anhacanau Adjanhau – A mulher líder na gestão comunitária dos serviços de saúde maternoinfantil, a atividade foi desenvolvida por Daniel Meirinho e Elisabete Monteiro, em colaboração com Bagabaga Studios e Eyes of the Street e cofinanciamento do Instituto Camões e da Fundação Calouste Gulbenkian.

Realizada uma campanha de recolha de câmaras fotográficas, em Portugal e no Brasil, sob o lema “Tens uma câmara fotográfica que já não usas? Manda-a viajar!”, as mulheres foram convidadas a fotografar, em grupos de duas (uma de cada comunidade), “o seu quotidiano, os trabalhos diários, a tabanca, a família, as amigas e algumas cerimónias tradicionais”.

“A fotografia desempenhou no projeto um papel de agente catalisador de diálogos e reflexões em torno das preocupações das mulheres na perspetiva de género, empoderando-as coletivamente, com enfoque na saúde reprodutiva maternoinfantil”, realçam os responsáveis do projeto.

De um total de 4.586 fotografias, 26 (escolhidas depois de ampla discussão sobre os temas a representar) foram impressas, primeiro em lona, para serem expostas na rua, como aconteceu em Suzana, no mercado, e em Varela, no campo junto à escola, e depois em papel para as exposições em espaços fechados, a primeira das quais no Centro Cultural Português em Bissau, com a participação das autoras.

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