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Uma nova visão para reinventar Santarém

A “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030” é um documento elaborado por António Costa Silva, engenheiro e professor do IST – Instituto Superior Técnico, a convite do Governo e servirá ou estará a servir de base à elaboração do Plano de Recuperação com vista à utilização dos fundos europeus, que terá de ser apresentado à Comissão Europeia até 15 de outubro próximo. É, no fim de contas, um pensamento estratégico sobre o futuro do país para a próxima década.

O Governo está a aceitar contributos para este Plano de Recuperação até à próxima sexta-feira, dia 21, através do e-mail plano.recuperacao@pm.gov.pt.

Esta Visão Estratégica de António Costa Silva foi tornada conhecida a 21 de julho passado e é um documento de alguma forma extenso com 129 ou 149 páginas, dependendo do ficheiro que se consultar.

É um trabalho um pouco confuso na sua estrutura, com algumas contradições e que em alguns aspetos denota um certo distanciamento da realidade, sobretudo no que se refere aos meios mais distantes dos grandes centros urbanos. Talvez isso não seja de estranhar pois trata-se de um trabalho a uma voz só, de um só autor, e aparentemente elaborado em cerca de 2 meses e meio…

Também é verdade que não é tarefa fácil planear e prognosticar num Mundo em constante mutação e muito pouco previsível. Corre-se o risco de, ao fim de ainda não um mês, já estar ultrapassado.

Mas tenho de reconhecer significativa importância ao trabalho e, sem dúvida, vale a pena lê-lo com alguma atenção.

Mais ainda do que o documento em geral, interessa para nós tirar o sumo do que dali se pode aplicar a Santarém e aquilo de que Santarém pode usufruir porque também por aqui se tem de dar a volta e urge planearmos e recuperarmos. Disso aqui tenho falado convosco sobejamente.

É que a Covid não pode continuar para sempre a ser motivo e desculpa para nada ou pouco se fazer. Temos de aprender a conviver com esta e com outras pandemias. Vivemos época de mudanças em tudo, vivemos “transformações dez vezes mais rápidas que a revolução industrial e a uma escala trezentas vezes maior”.

Até porque a Covid pode também trazer-nos oportunidades, pode trazer-nos mais habitantes – com o teletrabalho é mais fácil trabalhar em qualquer lado, mesmo em lugares mais afastados das grandes metrópoles, e sente-se a necessidade de evitar meios muito densamente populados.

Como é dito no documento, é muito importante o país ter um planeamento estratégico, definir os objetivos, atribuir os meios e as responsabilidades e monitorizar a execução… ter uma visão estratégica para a próxima década e mesmo para o longo prazo. E quem diz um país, diz uma autarquia também…

É dada em todo o documento muita importância à agricultura e à sua renovação, a clusters agrícolas e florestais e tecnológicos, ao desenvolvimento da ferrovia, à importância da ligação da autarquia ao ensino e às empresas realizando trabalho próximo e conjunto e também à reabilitação do património público e privado, todos pontos de relevância para a nossa região.

Importante será também a elaboração transversal de um Plano de Recuperação de Santarém – não só económico – inspirado ou não neste trabalho, mas não a uma só voz, não só com uma assinatura, como este é. Um plano regional e mais pragmático que coloque Santarém como uma cidade e um concelho virados para o futuro – uma nova visão para reinventar Santarém. É um nosso dever!

Francisco Mendes

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