As deputadas do Bloco de Esquerda Alexandra Vieira, eleita pelo círculo de Braga, com formação académica e de História de Arte, e Fabíola Cardoso, deputada eleita por Santarém, visitaram o Convento de Cristo e a Anta do Vale da Lage em Tomar. A visita decorreu no âmbito da programação do Grupo Parlamentar da Assembleia da República do Bloco de Esquerda e da programação direcionada para a Cultura e Património da Comissão Coordenadora Distrital de Santarém do BE.
A atividade iniciou-se no Convento de Cristo onde grupo foi recebido pela diretora do Monumento que falou dos desafios profissionais que a situação de pandemia tem exigido a toda a equipa do Monumento. Lembrou a importância do Património Cultural não só como instrumento de preservação da memória coletiva dos povos, como também gerador de riqueza, relevando as potencialidades do Convento de Cristo. Seguiu-se a visita às obras a decorrer no piso térreo da zona norte, que irão reabilitar espaços que ainda são desconhecidos dos visitantes, incluindo-os no percurso de visita, dotarão o Monumento com uma nova loja e espaços de apoio ao visitante e que vão colaborar para tornar o Convento de Cristo mais apelativo e inclusivo.
A delegação bloquista visitou de seguida a Anta do Vale da Lage, o mais antigo Monumento Megalítico Dolménico a norte do Tejo, situado na freguesia da Serra, no Concelho de Tomar, junto à Albufeira do Castelo do Bode.
Uma obra de construção de uma unidade hoteleira, a decorrer há já algum tempo a escassos centímetros do limite da Anta, com evidentes riscos para o Monumento, tem sido motivo de ações de protestos de populares, organizados no Grupo de Amigos da Anta do Vale da Laje, tendo dado origem à formalização de Perguntas ao Governo pelo Bloco parlamentar do BE e também de outras forças políticas.
Esta visita teve a colaboração da arqueóloga Ana Rosa Cruz, do Instituto Politécnico de Tomar, que a convite dos Bloquistas se deslocou ao local para falar sobre a importância daquele Monumento e que mostrou in loco “que o que se passa ali é uma prova do absoluto desprezo a que o Património Cultural Português, especialmente o arqueólogo, tem sido alvo nos últimos anos”. Foi referida a necessidade de mudar a lei que existe há mais de 60 anos e que tem dado cobertura a atitudes negligentes e atentados com consequências irreversíveis, que a História julgará no futuro.
As deputadas prometeram que tudo fariam para que esse assunto fosse colocado na agenda legislativa estando já em curso a preparação de uma proposta de alteração à lei.