O primeiro-ministro afirmou hoje que haverá critérios transparentes na definição das prioridades na administração da vacina contra a covid-19, estando nas primeiras categorias os profissionais de serviços essenciais e as populações mais vulneráveis, como os idosos.
Vacinação prioritária para profissionais de serviços essenciais e cidadãos vulneráveis
“É importante que com toda a transparência sejam definidos os critérios de prioridade na administração da vacina”, declarou António Costa no final da sessão de apresentação do Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal, que decorreu no Infarmed, em Lisboa.
De acordo com o primeiro-ministro, os critérios propostos pela comissão para a vacinação contra a covid-19 “são claros”.
“Em primeiro lugar, vamos proteger quem nos pode proteger, ou seja, os profissionais de saúde, os trabalhadores dos lares, as Forças Armadas e forças de segurança, aqueles que são fundamentais em todos os serviços essenciais”, justificou.
Em segundo lugar, de acordo com o líder do executivo, estão “as populações mais vulneráveis, seja por fator etário, seja por comorbidades associadas”, ambos grupos de risco.
“É um critério claro, transparente e que todos compreendemos”, defendeu, antes de destacar o papel que terá nesta missão as Forças Armadas, designadamente ao nível do planeamento logístico e de execução da operação.
“É um fator de confiança para todos os portugueses”, disse, numa alusão às Forças Armadas.
Segundo o primeiro-ministro, o plano de vacinação apresenta “quatro marcas fundamentais: Será universal, facultativo (como é tradição), gratuito, e distribuído a toda a população de acordo com os critérios de prioridade definidos técnica e cientificamente e politicamente também validados”.
“Temos boas razões para estar confiantes neste processo”, acrescentou.
Vacinas começam em janeiro para 950 mil pessoas prioritárias
As vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas a partir de janeiro, sendo os grupos prioritários as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.
A informação foi hoje divulgada por Francisco Ramos, coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação, segundo o qual numa segunda fase a prioridade será para pessoas com mais de 65 anos sem patologias associadas, e pessoas com mais de 50 anos, mas com um leque mais alargado de patologias associadas, como a diabetes.
Na apresentação do plano, em Lisboa, o responsável estimou que sejam vacinadas 950 mil pessoas numa primeira fase, sendo 250 mil o grupo dos lares, 400 mil as pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades associadas e 300 mil profissionais.
Na segunda fase serão vacinadas 1,8 milhões de pessoas com mais de 65 anos e cerca de 900 mil com patologias associadas e mais de 50 anos.
Francisco Ramos especificou que as pessoas com mais 50 ou mais anos da primeira fase da vacina (universal, gratuita e facultativa) serão as que tenham associadas uma ou mais patologias como insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório.
Na segunda fase, além de todas as pessoas com 65 e mais anos, estão pessoas com 50 e mais anos com alguma das seguintes patologias associadas: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, e hipertensão arterial. A comissão recomenda que se podem incluir outras patologias, caso se considere necessário.
A terceira fase, disse o responsável, compreende o resto da população, desde que se confirme um ritmo de abastecimento das vacinas que o permita, porque caso contrário podem ser criados ainda outros grupos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.495.205 mortos resultantes de mais de 64,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 4.724 pessoas dos 307.618 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.