A pandemia obrigou-me a forçado recolhimento, por isso mesmo, cumprindo as regras sanitárias, vou mais frequentemente aos restaurantes não muito longe de onde vivo. É o caso do restaurante Chef Vítor Felisberto sito em Alferrarede velha.
Protegidos pelas máscaras vamos trocando opiniões de cunho culinário, daí ter lembrado a velha receita de perdizes à moda daquela localidade. O Senhor Vítor que orgulhosamente prefere o tratamento de cozinheiro não conhecia aquele preparo das perdizes, as quais na recuada época da elaboração da receita viviam nos campos das imediações alimentando-se com os vegetais que a terra fornecia, no seu vaguear encontravam caçadores e, por isso mesmo, muitas acabavam abatidas, preparadas e cozinhadas de forma a proporcionarem gostosas refeições a quem as usufruía.
Ao Mestre cozinheiro Vítor Felisberto forneci cópia da referida preparação, tendo este prometido arranjar uma perdiz da estirpe campestre, longe das suas emulas alimentadas a ração, a gastarem os dias em espaços fechados assim ao modo de campos de concentração. Aceitei a oferta mal a promessa se concretizasse, o que aconteceu há duas semanas.
Importa salientar o facto de a receita ser um exemplo da cozinha burguesa sustentada maioritariamente em ingredientes e condimentos provenientes do terrunho regional, por isso mesmo, representativa da cozinha tradicional portuguesa. Façam o favor de registarem: perdizes, Azeite, banha, manteiga, cebolas grandes, dentes de algo, vinho branco de qualidade, salsa, pão frito, água, sal e pimenta. As quantidades são doseadas de acordo com o número de perdizes.
Como podem aquilatar quanto gozoza estava a perdiz, podem imaginar a planturosa quanto foi aquela refeição.
O restaurante acaba de, novamente, ser distinguido com uma menção de casa de comeres a merecer um desvio para ali refeiçoar o viajante, o caminhante, o amigo de degustar boas pitanças.
Armando Fernandes
Aceita cartões de crédito. Estacionamento sem problemas. Não encerra. Telefone 931737898. Rua Cana Verde, 8. Alferrarede