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Precisamos de dados abertos para conhecer a Pandemia

Infelizmente, continuamos a não ter dados públicos e abertos sobre o que está, de facto, a acontecer com a Pandemia. E esta ausência parece dever-se mais a uma falta de meios humanos e de disponibilidade para os tratar do que a uma vontade explícita de os ocultar. Mas se o problema reside na falta de meios humanos, então, porque não se abrem os dados que já existem e que são tratados pelos serviços e se publicam numa plataforma de dados abertos tornando-os acessíveis aos investigadores (após a sua devida “anonimização”) e abrindo a porta a aplicações de agregação, comparação e análise de dados que dispensem a contratação de novos recursos humanos ou que levem à exaustão dos actualmente existentes?

A Sociedade Civil, a Comunidade Académica e muitos Developpers estão disponíveis para receber estes dados e para os trabalhar de forma aberta, transparente e fiável (porque aberta e transparente). Resulta assim incompreensível que esta disponibilização não se faça, nem que se possam conhecer os dados em nível mais fino, como o de freguesia, de profissões mais ou menos afectadas nem dos focos de contágio.

A disponibilização destes dados abertos permitiria conhecer melhor a origem dos surtos activos, a sua origem e, consequentemente, a melhor forma de os mitigar, conter e anular. Nomeadamente, a disponibilização destes dados em regime público e aberto permitiria prevenir e prever os concelhos e freguesias onde o problema está a ressurgir e confirmar se o problema assenta mais no uso partilhado dos transportes públicos (como sucedeu no princípio da crise em Wuhan) ou dos locais de trabalho e unidades de saúde (como sucedeu em Itália).

O acesso aberto a estes dados poderia dar informações sobre se é necessário, por exemplo, reduzir a lotação máxima dos transportes públicos, se é necessário reforçar o policiamento em dadas estações de metro ou da Refer onde há sobrelotação e focos de infecção e até avaliar a eficácia de medidas mais extremas como permitir, legalmente, às empresas que façam flutuar as pausas de fim-de-semana, deslocando as paragens de sábado-domingo para outros dois dias à escolha do trabalhador: isso, de per si e apenas, iria reduzir a intensidade de uso dos transportes públicos e aumentar a qualidade da prestação do seu serviço e, naturalmente, a segurança do uso dos mesmos neste período de Pandemia.

Rui Martins

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