O Presidente da República tirou as vestes de supremo magistrado da Nação no dia 25 de Abril, surgiu na pantalha envergando as vestes talares de professor catedrático, sem prosápias e pose de Magister dixit, sim de Mestre preocupado com o estado moral da Nação, numa magistral lição acerca do modo de lermos e reflectirmos os nove séculos da nossa História povoada de sucessos, desaires, boas acções e feitos deploráveis.
A lição de Marcelo afasta vaidosos de peito feito para a asneira, cidadãos portugueses de fresca data vindos terras estranhas ao nosso modo de viver e pensar que depressa pensam tocaiar pensamentos e asserções sublimes do politicamente correcto a espanejarem o devir de um povo pequeno, pobre, periférico, no entanto, ousado, laborioso, acolhedor, os muitos milhares de emigrantes acolhidos incluindo os perseguidos pelo salazarismo o atestam.
O discurso do Presidente enche-me de orgulho, um orgulho liberto de vãs glórias do ser português, sim de pertencer a um povo a quem o defeito da periferia, a pequenez dos recursos e o colete-de-forças territorial nos lançou para o meio de ondas alterosas a obrigarem-nos a prodígios de equilíbrio sem esquecer as chagas purulentas da Inquisição e a ditadura salazarista.
O Professor Marcelo qual excepcional metodólogo da História de Portugal, ensinou a entendê-la, avisou firmemente, que vale a pena estudar as crónicas e cronicões, pois o Professor não irá deixar «correr o marfim» de ouvir, ler e dizer de forma enviesada asneiras a granel distorcendo a Grei iniciada no século XII. Em 1148!
Armando Fernandes