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Covid-19: Portugal fora da “lista verde” de viagens da Inglaterra

O Governo português afirmou hoje tomar nota da decisão, “cuja lógica não se alcança”, do executivo britânico de retirar Portugal da “lista verde” de viagens internacionais no âmbito da atual pandemia, assinalando que o país prossegue um desconfinamento “prudente”.

“Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da ‘lista verde’ de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”, reagiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter, poucos momentos depois do anúncio britânico.

“Portugal continua a realizar o seu plano de desconfinamento, prudente e gradual, com regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam”, acrescentou a breve declaração da diplomacia portuguesa.

O ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, confirmou hoje à tarde que Portugal vai sair da “lista verde” de viagens internacionais do Governo britânico, devido à descoberta de novas variantes e ao aumento do número de infeções nas últimas semanas.

O ministro disse numa entrevista transmitida na estação de televisão Sky News que foi uma “decisão difícil de tomar”, invocando duas principais razões que estão a causar preocupação junto das autoridades britânicas.

“Uma é que a taxa de positividade quase duplicou desde a última revisão em Portugal e a outra é que há uma espécie de mutação do Nepal da chamada variante indiana que foi detetada e simplesmente não sabemos o potencial que pode ter para resistir à vacina”, explicou.

Shapps disse que o Governo quer garantir que o país não importa mais variantes que ponham em causa o plano de desconfinamento, nomeadamente a quarta fase prevista para 21 de junho, quando se espera que sejam levantadas todas as restrições.

A medida deverá em vigor a partir das 04:00 de terça-feira, quando Portugal passa para a lista “amarela”, avançou o Daily Telegraph.

Os países na “lista amarela” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR (testes moleculares), no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.

Portugal era até agora o único país da União Europeia (UE) na “lista verde”, que isenta os viajantes de quarentena no regresso a território britânico, em vigor desde 17 de maio.

A lista de destinos seguros é assim reduzida a 11 países e territórios, mas a maioria é bastante longínqua ou não deixa entrar turistas, como Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Brunei e Ilhas Malvinas, restando a Islândia como o destino mais acessível.

Segundo a comunicação social britânica, o Governo britânico não vai adicionar mais nenhum país à “lista verde”, nomeadamente Espanha, que eliminou os requisitos de entrada dos britânicos com esperança de estimular o setor do turismo.

Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte ainda não confirmaram, mas deverão seguir as orientações.

Na “lista vermelha” estão países para os quais o Governo proíbe viagens devido ao nível de risco, impondo à chegada ao Reino Unido quarentena de 10 dias num hotel designado e às suas custas, além de dois testes PCR, no segundo e oitavo dias da quarentena.

Afeganistão, Sudão, Egito, Costa Rica, Sri Lanka, Bahrain, Trinidade e Tobago vão ser adicionadas a esta lista, adiantou o Daily Telegraph, lista na qual já se encontram o Brasil, África do Sul e Índia, mas também Angola, Moçambique e Cabo Verde.

Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial estão na “lista amarela”, para onde não é ilegal viajar por motivos não essenciais, como férias, mas é fortemente desaconselhado.

O sistema de semáforo é baseado em quatro critérios: as taxas de vacinação, o número de casos, a prevalência de “variantes preocupantes” e a qualidade dos dados de testagem.

De acordo com dados do Governo britânico, desde o início da pandemia morreram quase 128 mil pessoas morreram no Reino Unido, o pior índice de mortalidade na Europa.

Operadores e transportadoras criticam despromoção de Portugal e receiam impacto no turismo

Operadores turísticos e dirigentes de companhias aéreas criticaram o Governo britânico por retirar Portugal da “lista verde” de viagens internacionais, receando que o setor do turismo continue sujeito a restrições da pandemia covid-19. 

“Este último anúncio é mais um retrocesso para o nosso setor”, lamentou o diretor da operadora TUI UK, Andrew Flintham, avisando que “vai causar danos incalculáveis à confiança dos clientes”.

O presidente-executivo da transportadora easyJet, Johan Lundgren, considerou “chocante” a decisão de adicionar Portugal à lista amarela e “uma grande desilusão para aqueles que estão atualmente em Portugal e para aqueles que reservaram um encontro com os seus entes queridos, ou uma merecida pausa neste verão”.

“Com taxas [de infeção] portuguesas semelhantes às do Reino Unido, simplesmente não se justifica pela ciência”, acrescentou.

Para o presidente-executivo da Virgin Atlantic, Shai Weiss, o sistema de semáforo criado pelo Governo britânico para classificar os países de acordo com o risco é claro nem dá confiança aos consumidores e empresas. 

“Ainda não vimos orientações claras e transparentes sobre a metodologia e os dados nos quais o governo está a basear estas decisões. Não devia ser um segredo de Estado”, referiu.

Na sua opinião, “esta abordagem excessivamente cautelosa está a falhar em colher os dividendos do programa de vacinação bem-sucedido do Reino Unido”.

Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a “lista verde” de viagens internacionais do Governo britânico na terça-feira às 04:00, anunciou o Ministério dos Transportes britânico.

Segundo o Ministério, Portugal passa para a “lista amarela” para “salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes” e proteger o programa de vacinação britânico.

Num comunicado, refere que, de acordo com a base de dados europeia GISAID, foram identificados em Portugal 68 casos da variante  B1.617.2, identificada pela primeira vez na Índia, denominada pela Organização Mundial de Saúde por variante Delta, “com uma mutação adicional potencialmente prejudicial”. 

A direção geral de Saúde de Inglaterra (Public Health England) está a investigar esta variante e mutação para perceber melhor se ela pode ser mais transmissível e mais resistente às vacinas.

O Governo britânico diz também que a taxa de positividade dos testes ao coronavírus em Portugal é quase o dobro daquela registada há cerca de um mês atrás, ultrapassando a média nacional no Reino Unido. 

Os países na “lista amarela” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.

A “lista verde” isenta de quarentena os viajantes que cheguem a território britânico, enquanto a “lista vermelha” exige quarentena de 10 dias num hotel designado, além de dois testes PCR.

Ações das companhias aéreas britânicas caem após alterações à “lista verde”

As ações das companhias aéreas britânicas estão hoje em queda, após o país ter alterado a composição da “lista verde” que, segundo a Bloomberg, deixa de contar com Portugal entre os destinos com baixo risco de infeção por covid-19.

Pelas 15:50 (hora de Lisboa), as ações da EasyJet desciam 6,07%, enquanto as do International Airlines Group (IAG) recuavam 5,67%.

Por sua vez, os títulos da Ryanair estavam a perder 4,26% e os da TUI 3,87%.

Segundo a agência Bloomberg, o Reino Unido retirou Portugal da “lista verde” dos países com baixo risco de infeção por covid-19, decisão que terá impacto na indústria aérea britânica, numa altura em que Portugal aparecia como o principal destino de verão para os turistas britânicos, sem necessidade de quarentena no regresso.

“O Governo voltou a ignorar o setor do Turismo ao recusar-se a acrescentar novos destinos à já estreita lista verde”, afirmou a vice-presidente sénior do Conselho Mundial de Viagens e do Turismo, Virgínia Messina, citada pela Bloomberg.

Virgínia Messina vincou ainda que a exclusão de Portugal vai “destruir a confiança necessária para viajar, diminuir as reservas futuras e dissuadir os turistas”.

A BBC já tinha avançado que Portugal estava fora da “lista verde” do Reino Unido.

Os dados reportados pelo Reino Unido na quarta-feira indicavam que o país registou mais 12 mortes e 4.330 novos casos de infeção por covid-19.

Na terça-feira não foram registadas quaisquer mortes, pela primeira vez desde 30 de julho do ano passado, mas os valores relativos aos óbitos ocorridos durante o fim de semana, que foi prolongado por causa do feriado de segunda-feira, são recorrentemente mais baixos devido ao atraso no processamento.

Apesar de o número de mortes continuar baixo, o número de infeções ultrapassa as 3.000 há oito dias consecutivos e as hospitalizações também estão a subir, embora ainda sejam reduzidas.

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