A campanha eleitoral para a escolha dos autarcas está na rua e nas televisões. Vendo, ouvindo e lendo o dito pelos candidatos recuamos aos tempos da caça ao voto prometendo-se bacalhau a pataco.
Todos prometem mundos e fundos, só António Costa acena às massas falando nas massas disparadas através da bazuca da União Europeia garantindo maná, leite e mel a todos quantos votarem no Partido Socialista.
Os opositores choram baba e ranho ante o ilusionismo faiscante vindo das mangas do casaco do primeiro-ministro, os coelhos continuam na cartola, os cheques em Bruxelas, e promessas leva-as o vento no dia 27 de Setembro, pensarão as pessoas avisadas, prudentes e avessas a serem: Maria vai com as outras. Pois é, só que as Outras são muitas, são crédulas e são tão atreitas a serem conquistadas quanto foram os seus antepassados na época da I.ª República. Grita-se aos quatro ventos a necessidade de os políticos abandonarem a falaciosa demagogia, no entanto, a mesma vinga e engorda a olhos vistos, o País parece anestesiado, a abstenção tem aumentado, a inércia vai fazendo o seu caminho amargurando o dia-a-dia dos eleitores democratas, conscientes e temerosos de uma qualquer quartelada insensata e trágica apesar de fazermos parte da Comunidade Europeia afogada em problemas de identidade nacionaleira.
Os debates não passam de palavras ocas de sentido bem estruturado elencando os verdadeiros problemas das comunidades propondo soluções exequíveis para os mesmos. Impera a verborreia, a propaganda imitadora dos vendedores de roupa nas feiras e mercados, suscitando gargalhadas a todos quanto têm paciência para assistir à cacofonia nas televisões. A maioria dos candidatos exibe os tiques balanceados dos apresentadores de concursos, nadam em fantasias, narram sonhos inverosímeis, repetem o refrão do chefe, aos costumes dizem nada. Mesmo nada!
Armando Fernandes