Para começar podemos abordar aquela teoria defendida por certa direita que questiona: “se o PS se aliou à extrema-esquerda, qual o problema de o PSD se aliar à extrema-direita?”
Esta formulação é capciosa e desprovida de método de análise sério no âmbito da ciência política ou da simples constatação dos factos ou conceitos. Quem faz esse tipo de comparações coloca no mesmo nível virtuoso os objetivos sociais de uns e o caceteirismo fascizante de outros.
Para essa direita são perigosos extremistas de esquerda, o PCP e o BE. Porquê? Porque zelam pelo cumprimento da Constituição, porque combatem as desigualdades sociais, porque lutam pelos direitos dos trabalhadores, porque reivindicam o aumento do salário mínimo e o pagamento das horas extraordinárias, porque querem um SNS gratuito e mais robusto, porque apoiam princípios universais e éticos (contra a xenofobia e o racismo), porque querem os mais ricos a pagar mais impostos, entre outras medidas igualitárias que defendem?
Também para esses, que diabolizam qualquer aliança com essa “extrema-esquerda”, é admitida uma aliança com os programas do extremismo de direita onde impera a confrontação e o ódio ao pobre e a certas comunidades minoritárias, com os que fomentam a divisão entre “portugueses de bem” e os outros, com os que se apoiam financeiramente em magnates da finança e da economia duvidosa, com os que têm um líder condenado na justiça por racismo, com os que querem instituir a Taxa Única nos impostos e acabar com o SNS gratuito e a Escola pública, entre outras medidas altamente gravosas e atentatórias da dignidade humana.
Praticar a doutrina social da Igreja ou apoiar o “escolhido de Deus”
É interessante observar as posições da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) em que os seus pastores (nem todos), se manifestam politicamente adversos às forças que, na realidade, adotam nos seus programas propostas de carater social que vão ao encontro das suas doutrinas e que tão proclamadas são pelo Papa Francisco. Ao contrário, apoiam veladamente ou expressivamente certas forças xenófobas e racistas e calam-se perante as declarações heréticas do autodenominado “quarto pastorinho”, que se diz escolhido por Deus para a sua “nobre” missão política na Terra. Na história milenar e recente da ICAR há muitos que foram excomungados por menos…
Concluindo:
Parece que, segundo os arautos da “direita vale tudo”, António Costa não se deve aliar aos “extremistas” (PCP ou BE) apesar de defenderem princípios sociais das Democracias Cristãs (a democracia, a justiça e solidariedade, as instituições democráticas, as eleições livres e honestas, a Segurança Social, a intervenção do Estado na economia quando necessário, o apoio aos mais desfavorecidos, a dignificação do trabalho e a diminuição da pobreza, entre outros). Mas Rui Rio pode aliar-se a quem diz ser o escolhido de Deus e que é a negação da doutrina social da Igreja e dos princípios da vivência democrática e civilizada.
Haverá muita gente a embarcar neste raciocínio ou sou eu que estou a ser pessimista?
É que, se entre estas duas alianças possíveis, sair destas eleições qualquer entendimento vencedor entre todas as forças de direita, antevê-se um futuro muito instável e negro para este país.
O diabo não chegou depois de Passos, mas pode chegar depois de Costa.
Armando Rosa
Os meus agradecimentos. Um artigo que revela tim por tim sobre quem e’ quem. E o pior cego e’ aquele que näo quer ver.
Um partido da direita radical chefiado por um BEATO FALSO seguido por membros da seita religiosa Opus Dei, fanaticos evangelicos, frustrados e ressabiados, que fazem do ODIO todas a suas ACCÖES – contra tudo e todos.
VADE RETRO, SATANA.
RB – NORDIC