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Marketing da indústria de leite artificial em redes sociais prejudica consumo do leite materno

A OMS – Organização Mundial de Saúde destaca que indústria de leite artificial recorre a conteúdo personalizado por meio de aplicativos, influenciadores pagos e fóruns para chegar aos consumidores; relatório revela que muitas vezes o tipo de promoção não pode ser identificado como publicidade.

Um novo estudo aponta que fabricantes de leite artificial usam redes sociais e influenciadores para ter acesso direto a mulheres e aumentar as vendas. Esta indústria global é avaliada em cerca de 55 mil milhões de dólares.

No relatório da Organização Mundial da Saúde, Escopo e impacto das estratégias de marketing digital para promover substitutos do leite materno, pela primeira vez foi usada uma ferramenta de inteligência artificial para recolher os dados nas redes sociais.

Anúncios disfarçados

O estudo ressalta que muitas vezes esses anúncios promocionais não são percebidos como publicidade. De acordo com a publicação, tais ações de marketing prejudicam os esforços para aumentar as taxas de amamentação.

A agência da ONU salienta que o aleitamento materno é mais nutritivo e saudável do que os produtos substitutos. Além disso, usar substitutos de leite materno pode prejudicar a saúde do bebé.

O “primeiro leite”, ou colostro, é rico em anticorpos e dá aos recém-nascidos um impulso imunológico. Foto: Unicef

As empresas envolvidas usam conteúdo personalizado por meio de aplicativos, influenciadores pagos e fóruns de aconselhamento para chegar aos consumidores.

O relatório analisou 4 milhões de postagens nas redes sociais sobre alimentação infantil, que foram publicadas entre janeiro e junho do ano passado. O tipo de conteúdo atingiu 2,5 bilhões de pessoas.

Uma das principais constatações é que as empresas que vendem fórmulas infantis fazem cerca de 90 postagens por dia, atingindo 229 milhões de usuários. O total é três vezes maior que as pessoas alcançadas por posts informativos sobre amamentação de contas não-comerciais.

O “primeiro leite”, ou colostro, é rico em anticorpos e dá aos recém-nascidos um impulso imunológico.

A publicação destaca ainda que este tipo de marketing generalizado “está aumentando as compras de substitutos do leite materno e, portanto, dissuadindo as mães de amamentar de forma exclusiva”.

A OMS incentiva a redução do marketing de fórmulas de leite por considerar uma prática que trava os esforços para aumentar a taxa de amamentação em todo o mundo. A agência da ONU considera o aleitamento materno mais nutritivo e saudável do que o consumo de produtos substitutos.

Em fevereiro, uma pesquisa que envolveu a OMS e o Fundo da ONU para a Infância revelou táticas de exploração usadas pela indústria de leite para bebés.

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