No lançamento do estudo da Organização Meteorológica Mundial sobre o Estado do Clima, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que sistema energético “quebrou” e o mundo está bem perto de uma catástrofe.
#Climatechange affects everyone and everything on the planet
Greenhouse gas levels, ocean heat and acidification, sea level rise at record levels in 2021
We can still limit the the damage#ClimateActionNow for the sake of future generations#StateofClimatehttps://t.co/IRebfExc6e pic.twitter.com/RHGmKJhNXM— World Meteorological Organization (@WMO) May 18, 2022
O relatório Estado do Clima, lançado esta quarta-feira, mostra a “triste repetição do fracasso humano em combater os problemas climáticos”. Essa é a opinião do secretário-geral das Nações Unidas sobre o documento produzido pela Organização Meteorológica Mundial, OMM.
António Guterres destaca “recordes alarmantes” atingidos em 2021 em várias frentes: aumento do nível do mar, aquecimento dos oceanos, concentração de gases de efeito estufa e acidificação dos oceanos”.
Catástrofe climática
O chefe da ONU é bastante claro ao afirmar que o “sistema energético global está quebrado” e com isso, estamos “cada vez mais próximos de uma catástrofe climática”.
Guterres lembra que os combustíveis fósseis são um caminho sem saída e ressalta que a guerra na Ucrânia e seus efeitos sobre o preço da energia é outro aviso para que o mundo acorde. Guterres reforça que o único futuro sustentável é um futuro renovável.
O secretário-geral acredita que ainda há tempo para mudar a situação, mas para isso, “o mundo precisa de agir ainda nesta década e manter a meta de 1,5º”, referindo-se ao aumento da temperatura média global a um máximo de 1,5 graus Celsius acima dos níveis da era pré-industrial.
Gerações futuras
O relatório da OMM confirma que os últimos sete anos foram os mais quentes já registados. O diretor da agência, Petteri Taalas, declarou que “o calor emitido pelos gases aquecerá o planeta pelas gerações futuras”.
Taalas prevê que problemas como o aumento do nível do mar, o aquecimento dos oceanos e a acidificação continuarão “por centenas de anos, a não ser que sejam encontradas formas de retirar o carbono da atmosfera”.
A OMM menciona outros exemplos dos impactos do desastre climático: secas no “Chifre” da África, enchentes fatais na África do Sul e calor extremo na Índia e no Paquistão. O clima extremo gerou ainda perdas económicas de centenas de biliões de dólares.
O relatório informa ainda que os gases de efeito estufa alcançaram um volume recorde em 2020, quando a concentração global de dióxido de carbono, CO2, atingiu 413,2 partes por milhão, um aumento de 149% em relação à era pré-industrial.
Alternativas
Sobre a acidificação dos oceanos, a OMM revela existir grande confiança de que “o pH na superfície do oceano está no menor nível dos últimos 26 mil anos”, sendo que os mares absorvem 23% das emissões de CO2 da atmosfera.
O secretário-geral da ONU apresenta algumas propostas para o sucesso da transição energética, como a criação de uma rede global liderada por governos e unindo empresas do setor tecnológico, industrial e financiadores.
António Guterres pede também o fim do subsídio aos combustíveis fósseis, já que por ano, governos de todo o mundo investem meio trilião de dólares para reduzirem de forma artificial os preços de combustíveis como petróleo e gás.
Outra medida sugerida aos governos é para que reduzam as burocracias na hora de aprovar projetos que envolvam energia solar ou eólica.