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Mais de 35 mortos e 740 detidos no Irão em protestos pela morte de jovem sob alçada da polícia

As autoridades detiveram 739 pessoas, incluindo 60 mulheres, no Norte do Irão, acusadas de participação nos protestos desencadeados há uma semana devido à morte de uma jovem detida pela polícia da moralidade, informou a agência Tasnim.

Na província de Guilan (norte), “foram detidos 739 desordeiros, incluindo 60 mulheres”, anunciou o chefe da polícia da província, general Azizollah Maleki, citado pela agência de notícias Tasnim.

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse hoje que “uma ação decisiva deve ser tomada contra aqueles que se opõem à segurança e tranquilidade do país”, devido aos protestos pela morte de Mahsa Amini, revelou a agência oficial IRNA.

Segundo a agência, Raisi fez esta declaração durante uma conversa telefónica com a família de um elemento das forças de segurança que foi morto à facada durante os protestos que decorrem no país há oito dias.

Os protestos começaram na sexta-feira, dia 16, quando a morte de Amini foi conhecida, após ser presa pela polícia da moralidade iraniana por, alegadamente, usar o véu de forma errada, e têm-se espalhado desde então pelo país.

A televisão estatal iraniana elevou o número de mortes nos protestos para 35, incluindo membros das forças de segurança.

Raisi regressou a Teerão na sexta-feira à noite, vindo de Nova Iorque, depois de participar na Assembleia Geral da ONU, onde minimizou a importância dos protestos, assegurando que são algo “normal” e que há liberdade no país, embora deixando claro que “vandalismo” não será permitido.

O presidente participou hoje de uma cerimónia de abertura do ano letivo numa escola em Teerão e foi fotografado com jovens estudantes.

No entanto, as principais universidades de Teerão suspenderam hoje as aulas presenciais e optaram pelo ensino “online”, uma medida que será aplicada ao longo da próxima semana e justificada pelas autoridades com a existência de dois feriados, pelos aniversários das mortes de Maomé (no domingo) e de Imam Reza (terça-feira).

As universidades da capital foram palco de protestos na última semana pela morte de Amini e as aulas “online” ocorrem apesar de a internet estar fortemente restringida há dias no país.

Amini foi detida na terça-feira da semana passada pela polícia da moralidade, quando visitava Teerão, e foi levada para uma esquadra para participar de “uma hora de reeducação” por alegadamente usar o véu de forma errada.

A jovem morreu três dias depois num hospital onde chegou em coma após sofrer um ataque cardíaco, que as autoridades atribuíram a problemas de saúde, algo rejeitado pela família.

A morte de Mahsa Amini conseguiu galvanizar a empatia de milhares de iranianos, ao contrário de outras ocasiões em que as manifestações ficavam reduzidas ao protesto de grupos sociais normalmente mobilizados por razões económicas.

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