O Mais Ribatejo falou com o Maestro Rui Paulo Teixeira, diretor artístico do FÓS – Festival de Órgão de Santarém, que vai realizar-se de 19 a 27 de novembro.
Este ano, o FÓS assume-se como um evento único no mundo que combina a música de órgão com a poesia, a dança, o cinema, o teatro e as artes performativas, a música coral e a gastronomia.
Durante 9 dias, Santarém torna-se a capital do órgão histórico. O diretor artístico do FÓS salienta que o Festival surge com uma arquitetura programática completamente transfigurada, conceptualmente inspirada no lema da cidade que o promove: uma História de Liberdade.
O Mastro Rui Paulo Teixeira afirma que o FÓS irrompe com a força de um manifesto cultural no qual o Órgão Histórico é a estrela mais brilhante de uma constelação artística ancorada numa abordagem tradicional – histórica – mas simultaneamente e de forma totalmente livre, com alguma atitude provocativa – moderna – disruptiva com a abordagem convencional do órgão histórico.
O FÓS é uma organização conjunta do Município de Santarém, da Diocese de Santarém e da Santa Casa da Misericórdia de Santarém.
De futuro, o Maestro Rui Paulo Teixeira pretende alargar o FÓS a todo o distrito de Santarém, envolvendo outras instituições.
O programa do FÓS assume-se nas dimensões inclusiva, didática, social e não apenas cultural e artística. Os concertos de órgão surgem assim ora com um peso mais histórico, ora mais de liberdade, de modernidade e contemporaneidade.
Aposta no cruzamento da expressão musical com outras artes performativas e no apelo aos sentidos, não apenas da audição, mas da visão, do olfato, do tacto e do paladar, com a interação de diferentes expressões artísticas, como o cinema, a dança, a música coral, a poesia, as estátuas vivas e a gastronomia.
Vai haver um recital gourmet – Petiscos de Organista. Um jantar em que os comensais vão poder ouvir a música de cada prato, uma recriação musical para órgão de pratos concebidos por um chef propositadamente para a ementa da noite. A lotação é limitada a 40 pessoas, sendo necessário fazer reserva no Museu Diocesano.
O Festival começa no sábado, 19 de novembro, com um Free Organ Day, em que o público terá a oportunidade de conhecer através de um percurso os espaços e os órgãos históricos do Festival, em seis momentos distintos: a Catedral de Santarém, a Igreja de Marvila, a Igreja da Misericórdia, a Igreja de S. Nicolau, a Igreja da Piedade e a Igreja da Alcáçova.
O concerto de abertura – Concerto Liberdade – é inspirado no cinema mudo em que as imagens eram acompanhadas pela música tocada ao vivo. Assim, a performance artística vai associar a exibição de três curtas-metragens do cineasta ribatejano Virgílio Torres, a um concerto de dois órgãos, o órgão histórico da Catedral de Santarém por Ricardo Toste e um órgão eletrónico interpretado por Sílvio Vicente, organista do Santuário de Fátima.
Será ainda dedicado um in memoriam ao Maestro e compositor scalabitano Joaquim Luís Gomes.
O programa dos 9 dias do Festival inclui também concertos com estátuas vivas, master class com o organista alemão Jürgen Essl, conversas didáticas, recitais de poesia com órgão, concertos família com órgão, coro e dança, e um concerto histórico interpretado pelo organista espanhol Andrés Cea Galán, com o grupo vocal Os Cupertinos, sob a direção musical de Luís Toscano.
As entradas para os concertos são gratuitas, com excepção do concerto gourmet.
O Festival de Órgão de Santarém assume-se assim, como um evento único no panorama mundial.
