A Fenprof e outras sete organizações sindicais juntam-se à greve de professores iniciada há três semanas pelo STOP – Sindicato de Todos os Profissionais da Educação.
A greve nacional de professores e educadores convocada pela Fenprof e outras organizações sindicais vai decorrer entre 16 de janeiro e 8 de fevereiro nos 18 distritos de Portugal Continental. No distrito de Santarém, a greve realiza-se no dia 1 de fevereiro.
Manifestação frente ao W Shopping esta quinta-feira
Circulam em grupos de Whatshapp mensagens a convocar os professores e educadores de Santarém para uma concentração junto ao W Shopping esta quinta-feira das 9h00 às 11h00, sendo intenção dos organizadores fechar as escolas da cidade durante a manhã.
Os sindicatos dos professores pretendem que o Ministério da Educação “aceite rever as suas intenções para a revisão do regime de concursos e calendarizar a negociação de outros aspetos, como a recomposição da carreira, a revisão do regime de avaliação, o rejuvenescimento da profissão e o combate à precariedade”.
Governo prossegue negociações com sindicatos
O Ministério da Educação e os sindicatos do setor voltam a sentar-se à mesa nos dias 18 e 20 de janeiro para a terceira ronda do processo negocial sobre a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente, que se iniciou em setembro.
A última reunião realizou-se ainda em novembro e, entretanto, os professores iniciaram um conjunto de greves que levaram ao encerramento pontual de várias escolas nos últimos dias do 1.º período e que se intensificaram no início do 2.º período.
A propósito das próximas reuniões, que foram convocadas na segunda-feira, mas cuja calendarização já estava prevista para janeiro, o ministro da Educação adiantou que vai apresentar novas propostas.
Governo vai apresentar propostas “mais além” do que os professores pedem
O ministro da Educação adiantou, esta terça-feira, que o Governo vai apresentar na próxima reunião negocial com sindicatos propostas para a revisão do regime de recrutamento e mobilidade que vão “mais além” face àquilo que os professores pedem.
“Recebemos as propostas dos sindicatos e posso adiantar que vamos mais além”, disse João Costa à margem de uma visita à Escola Portuguesa de Luanda, Angola.
“Vamos apresentar uma proposta bastante mais além do que aquilo que os sindicatos nos responderam, de reduzir significativamente as zonas pedagógicas para evitar deslocações muito grandes dos professores dentro do território“, referiu João Costa.
Afirmando que o Governo já tinha apresentado propostas concretas nas reuniões anteriores, designadamente sobre a redução da área geográfica dos quadros de zona pedagógica e a definição de critérios para a abertura de mais lugares em quadro de escola, o ministro disse não compreender algumas acusações dos sindicatos.
“Acho que não há nenhum professor português que possa dizer que querer ter mais estabilidade, menos mobilidade no território, não seja uma coisa que é positiva para si e para o sistema educativo”, considerou, acrescentando que as duas medidas “curiosamente, não têm estado na discussão”.
“Têm estado mais em cima da mesa coisas que nunca foram afirmadas”, lamentou, afirmando que entre as reivindicações dos professores “disseminaram-se informações que não tinham qualquer fundamento e destaparam-se outros assuntos“.
Um dos temas que tem merecido maior contestação dos professores é a alegada municipalização da contratação, isto é, a ideia de que a contratação dos docentes passaria a ser da responsabilidade de entidades locais. No entanto, o ministro da Educação já desmentiu essa possibilidade diversas vezes, rejeitada hoje também pelo próprio primeiro-ministro, António Costa.
O ministro da Educação disse também que tem acompanhado com preocupação o impacto das greves, que vão já na terceira semana de aulas e deverão manter-se, pelo menos, até ao final do mês, mas reafirmou a disponibilidade do Governo para continuar a negociar.
“Espero que sejam reuniões produtivas em que consigamos chegar a acordo sobre várias propostas concretas que temos em cima da mesa“, disse João Costa, considerando que, se os sindicatos acompanharem essa disponibilidade, a contestação “tem todas as razões para abrandar”.