Donald Trump foi indiciado por acusações de manuseio incorreto de documentos confidenciais na sua propriedade na Flórida, num caso que o torna o primeiro ex-presidente na história dos Estados Unidos a enfrentar acusações criminais pelo governo federal.
O Departamento de Justiça deverá tornar pública uma acusação de sete acusações antes de uma histórica audiência no tribunal na próxima semana, a meio de uma campanha presidencial de 2024 em que Trump enfrenta processos criminais em vários estados.
Esta acusação traz consequências legais graves, incluindo a possibilidade de prisão se Trump for condenado.
Mas também tem enormes implicações políticas, surgindo a meio da campanha para as eleições primárias republicanas que Trump vinha dominando. Trump soma agora duas acusações em tribunal e poderá ainda ser acusado de mais crimes.
Trump especificou que tinha sido convocado para comparecer perante um tribunal federal de Miami, a 13 de junho, para a sua segunda acusação, depois de uma primeira em março, relativa à compra do silêncio de uma atriz de filmes pornográficos em 2016.
O Departamento de Justiça não confirmou imediatamente a acusação publicamente. Mas Trump confirmou na sua plataforma Truth Social que os seus advogados foram contatados pelos promotores que havia sido indiciado.
Poucos minutos depois de seu anúncio, Trump, que disse que deveria comparecer ao tribunal na tarde de terça-feira em Miami, começou a angariar fundos para sua campanha presidencial, aproveitando o momento junto dos seus seguidores para declarar a sua inocência num vídeo em que repete o seu refrão habitual de que a investigação é uma “caça às bruxas”.
Trump deverá ser julgado sob a acusação de retenção intencional de informações de defesa nacional – um crime sob a Lei de Espionagem, que policia o tratamento de segredos do governo – obstrução, declarações falsas e conspiração.
O caso aumenta o risco legal para Trump, que já foi indiciado em Nova York e enfrenta investigações adicionais em Washington e Atlanta que também podem levar a acusações criminais.
Os promotores disseram que Trump levou cerca de 300 documentos classificados para Mar-a-Lago depois de deixar a Casa Branca, incluindo cerca de 100 que foram apreendidos pelo FBI em agosto passado em uma busca na casa que destacou a gravidade da investigação do Departamento de Justiça. Trump insistiu repetidamente que tinha o direito de manter os documentos confidenciais quando deixou a Casa Branca e também alegou, sem provas, que os havia desclassificado.