Os médicos do serviço de Cirurgia do Hospital de Santarém, incluindo o director de Serviço, meteram escusa de horas extraordinárias, pelo que a partir de 1 de outubro não haverá urgência de Cirurgia à noite, apurou o Mais Ribatejo. Também os médicos de Medicina Interna deverão assinar a escusa às horas extraordinárias.
De acordo com dados do movimento cívico Médicos em Luta, “muitas urgências de país correm o risco de fechar já em outubro”, mas outros serviços serão também fortemente afetados, sendo que as especialidades de cirurgia geral, medicina interna, cuidados intensivos, pediatria e obstetrícia serão as que onde se sentirão mais os efeitos.
O movimento refere que há casos em que 100% dos médicos já entregaram às administrações hospitalares o documento onde se escusam a trabalhar para além das 150 horas extraordinárias previstas na lei, como no Hospital de Santarém e de Viana de Castelo, em cirurgia geral, ou o Hospital de Santa Maria, em Lisboa ou o de Portimão, no que respeita a médicos de medicina interna e intensivistas, respetivamente.
Para além dos fortes efeitos que poderão levar a fecho de urgências e serviços a meio-gás durante outubro, os Médicos em Luta avisam: “Isto vai ter um grande impacto na saúde das pessoas e até na mortalidade, numa altura em que se prevê um aumento dos internamentos”.
O movimento faz um apelo ao ministro da Saúde: “Apresente propostas sérias na mesa negocial e nós paramos o protesto nesse mesmo instante”.
Por seu lado, a FNAM – Federação Nacional dos Médicos justifica esta tomada de posição: “Os médicos também têm direito, enquanto profissionais e trabalhadores, à saúde, ao descanso e à vida familiar. Têm também o dever de exercer a sua profissão sem estarem condicionados pela exaustão. Faz parte do seu compromisso médico com os utentes. Uma vez assinada a minuta da indisponibilidade, disponível no site da FNAM, nenhuma ordem pode obrigar os médicos a exceder o limite legal das 150 horas suplementares, e qualquer tentativa de condicionar esse direito será rebatida pela FNAM em todas as frentes onde tal se revele necessário.
A FNAM afirma que “independentemente do grau de abuso dos conselhos de administração, entendemos que a responsabilidade de toda esta situação é do Ministério da Saúde e do Governo, que continuam sem fazer o que é preciso para contratar e fixar mais médicos no SNS”.
A meu ver os médicos devem ser responsabilizados por todas as mortes que existirem.
Ganham pouco, eu sei, meus filhos são médicos, um de medicina interna outro de infeto-contagiosas.
Não vivem bem, tem dificuldades, mas não é assim que se procede.
Devem negociar, sem greves, sem publicidade.
Fizeram um juramento, é para respeitar.
Devem ter melhores condições, mas lembro do Dr. António Correia Campos, quando foi ministro, dizia que a Ordem dos Médicos e os sindicatos não queriam mais médicos, porque os que existem chegam.
Alertou que um médico leva 12 anos a formar. E mais: o povo paga o curso e a maior parte, quando entra no internato, não vai para os hospitais privados.
Nessas revindicações devia acrescentar que os Médicos só PODERIAM IR PARA OS HOSPITAIS CIVIS APÓS DAREM AO SERVIÇO NACIONAL DE SAUDE OS MESMOS ANOS DE CURSO E DE INTERNATO
12 ANOS.
Manuel Mendes