Já são várias as vezes que opino sobre o futuro, ao longo de décadas adiado, do Campo Emílio Infante da Câmara (mais conhecido em Santarém por Campo da Feira).
Ouça aqui o podcast:
Ainda este ano o fiz a propósito da Assembleia Municipal Extraordinária de 22 de novembro de 2022 em que foi apresentado o “Programa para o Campo Emílio Infante da Câmara: decidir o futuro”, da discussão pública, entre 7 e 28 de fevereiro passado, sobre a Regeneração e Revitalização deste espaço de extrema importância para Santarém e ainda a propósito da Conferência aberta à participação dos municípes que decorreu durante essa mesma discussão pública e em que os professores da Faculdade de Arquitetura de Lisboa responsáveis pelo trabalho expuseram um conjunto de propostas e linhas orientadoras.
Agora, na última Assembleia Municipal de 28 de setembro, os professores voltaram a estar presentes para apresentar a mesma proposta, mas agora já mais refinada.
Certeza é já o que o presidente da Câmara Municipal de Santarém tinha pré-anunciado faz algum tempo: o Terminal Rodoviário já não vai ser ali instalado! Parece que, felizmente, a generalizada contestação a esta ideia e certamente também a petição com este objetivo apresentada na Assembleia Municipal anterior, surtiram os seus efeitos.
Mas parece que o processo continua a evoluir, mas devagar. Ainda estamos em mais uma proposta, não estamos sequer ainda numa fase de projeto.
E ao que foi dito, deverão ser equacionados vários projetos parciais para cada um dos espaços do Campo e não um único, ainda que todos tendo como base esta ideia geral. E isso significa tempo. Tempo esse que nem sequer os professores da Faculdade quiseram arriscar quantificar. Mas eu arrisco dizer que, entre processos burocráticos legalmente inevitáveis, elaboração dos projetos e aprovação de uma solução final, não decorrerão certamente menos de 3 anos, para mais, não para menos.
De qualquer forma, e mesmo sabendo nós (e tendo já isso também sido afirmado pelo presidente da Câmara) que o dinheiro escasseia e que a concretização do futuro projeto terá de ser escalonada nos anos, não podemos ignorar a importância de pelo menos haver uma ideia definida e estruturada. É um facto que isso já aconteceu por mais do que uma vez nos largos últimos anos, mas vamos ter esperança de que, desta vez e mesmo que devagar, é que lá iremos.
Francisco Mendes