Mais cirurgias, mais primeiras consultas, mais consultas subsequentes, e para além de um maior acesso pelos utentes a cuidados da especialidade de Ortopedia, o primeiro Centro de Responsabilidade Integrado (CRI) do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), inclui também mais inovação e desenvolvimento, para atrair e fixar mais profissionais de saúde na região.
O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) acaba de criar o primeiro Centro de Responsabilidade Integrado (CRI) da instituição, no âmbito da especialidade de Ortopedia – o CRI Orto.
A escolha do Serviço de Ortopedia para o primeiro CRI do CHMT, que foi contratualizado para o quadriénio 2023-2026, não é casual: a equipa multidisciplinar liderada por Amílcar Valverde, diretor de Serviço de Ortopedia e do CRI Orto, traçou como objetivo acabar com a lista de espera cirúrgica desta especialidade acima dos tempos médios de resposta garantida do Serviço Nacional de Saúde até ao final deste ano.
Em 2021, a resposta cirúrgica desta especialidade no Médio Tejo ascendia a mais de 468 dias e em apenas dois anos, ainda com as restrições da pandemia, a equipa do Serviço de Ortopedia do CHMT fez um notável trabalho em articulação com outras especialidades – entre as quais a Medicina Interna, a Anestesiologia e a Medicina Física e de Reabilitação –, para a recuperação da atividade e assistência aos utentes em lista de espera, nomeadamente através da criação da Unidade de Ortogeriatria em Abrantes. Trata-se, portanto, de um passo natural a especialidade de Ortopedia avançar para o CRI, o modelo de gestão que está a revolucionar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os CRI são geridos por equipas multidisciplinares de profissionais de saúde que têm autonomia para definir estratégias e objetivos com o propósito de levar mais e melhores cuidados de saúde às populações, potenciando a capacidade instalada preexistente nos hospitais, reduzindo, assim, as listas de espera.
Paralelamente, a criação dos CRI potencia a atração e fixação de profissionais de saúde no SNS, ao serem contratualizados com todos os profissionais que os integram incentivos financeiros pelo desempenho dos objetivos previamente traçados.
O Conselho de Gestão do CRI Orto do CHMT tem como Diretor Amílcar Valverde, que é, cumulativamente, Diretor de Serviço de Ortopedia do CHMT, e como vogais Bruno Carvalho e José Miguel Trigo. O CRI Orto do CHMT desenvolve um trabalho multidisciplinar na sua atividade, tendo a colaboração diária das especialidades de Medicina Interna, Fisiatria, Medicina Física e de Reabilitação, Enfermagem, Farmácia, Serviço Social, Assistentes Técnicos e Operacionais.
O CRI Orto já entrou em vigor no início de outubro e até ao final de 2023 propõe-se superar todos os objetivos de atividade assistencial que estavam traçados pelo CHMT no seu plano de atividades – ou seja, os profissionais de saúde definiram como objetivo fazer mais cirurgias, mais primeiras consultas e consultas subsequentes, aumentando a produtividade e limpando as listas de espera da especialidade.
No entanto, o CRI Orto propõe-se também a projetar o CHMT em outras áreas e inclusive a nível internacional, ao assumir a responsabilidade de dinamizar a criação da “Fragility Fracture Network” Portugal. A Fragility Fracture Network (FFN) é uma aliança multidisciplinar e global, cuja missão é promover o tratamento e a prevenção secundária de fraturas por fragilidade. Trata-se de uma rede mundial de peritos envolvidos na abordagem destes casos. Pelo reconhecimento que a FFN tem pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Comissão de Fracturas de Fragilidade do CHMT, o CRI Orto vai assumir a liderança da criação da FFN Portugal.
Outro papel importante do CRI Orto será a promoção do ensino pré e pós-graduado, através da promoção de atividades de formação e de investigação, com o objetivo de aperfeiçoar as capacidades dos profissionais de saúde e de melhorar cuidados prestados aos utentes.
“O CRI Orto vai aumentar a acessibilidade e melhorar os tempos de resposta do SNS, com autonomia, com a responsabilização dos profissionais na gestão dos recursos que asseguram o desenvolvimento das melhores práticas para o CHMT”, afirma Amílcar Valverde, Diretor de Serviço de Ortopedia e do CRI Orto. O responsável acredita que o primeiro CRI da região terá um efeito de contágio, dentro e fora do hospital: “Toda a orgânica e dinamismo deste CRI poderá ter efeitos em outros serviços, e em outros Hospitais da região que ainda possam encarar com algum ceticismo os CRI. Tudo o que este CRI realizar, organizar, promover, dinamizar, divulgar terá efeitos para além da sua dinâmica, da sua especialidade e para além do CHMT”, diz.
Casimiro Ramos, Presidente do Conselho de Administração (PCA) do CHMT afirma: “Não podíamos estar mais entusiasmados com a contratualização, ainda em 2023, do primeiro Centro de Responsabilidade Integrado do CHMT. Este tipo de programa atrairá mais profissionais de saúde para a nossa instituição. Para as pessoas pode ser ainda um termo desconhecido e distante, mas para que entendam como é importante para melhorar o SNS resumo-o em poucas palavras: foco total no doente, nos resultados e na qualidade dos cuidados de saúde prestados.“
No que diz respeito aos objetivos ambiciosos a que a equipa multidisciplinar do CRI Orto se propõe, o PCA do CHMT explica: “Os nossos profissionais de saúde já nos deram mostras de que são capazes de atingir resultados extraordinários, revertendo situações complexas, graças a um exemplar trabalho de equipa, a par da sua notável resiliência, em prol da população.”, afirma.