Quarta-feira, Novembro 29, 2023
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Saber mais sobre as indisposições gástricas ligeiras

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Nenhum de nós ignora o que são queixas de má digestão ou digestões difíceis, de azia e enfartamento. Quando as manifestações são frequentes, é imperativo consultar o médico, há que evitar a deteção tardia de doenças graves. Mas o que aqui se aborda são queixas digestivas ocasionais associadas a excessos alimentares que se manifestam por dores, vómitos, azia e arrotos. Mas atenção, há sinais e sintomas que requerem uma consulta médica urgente: vómitos recorrentes, dificuldade de deglutição, vómitos com sangue-vivo, perda de peso significativa e não intencional, dor repentina e persistente.

Nestas indisposições gástricas ligeiras não nos podemos esquecer de que elas têm todas uma coisa em comum: exigem uma revisão dos nossos hábitos alimentares e dos nossos estilos de vida. Mas de que indisposições se trata? A dispepsia (indigestão), também conhecida por má digestão caracteriza-se pela sensação de dor, dificuldade de digestão, enfartamento após a digestão. As causas são múltiplas: refeições muito rápidas e abundantes e com elevado teor de gordura; estilo de vida insalubres (tabagismo, muito stress, ingestão elevada de álcool…); mas também pode tratar-se de úlcera péptica que ocorre, entre outros fatores, da toma de alguns medicamentos ou até de uma infeção provocada por uma bactéria.

A azia (ou pirose) manifesta-se por uma sensação de ardor na parte posterior do esterno, pode mesmo ocorrer regurgitação com sabor ácido ou amargo. Os sintomas podem ser causados pelos conteúdos de refluxo esofágico, que irritam a superfície sensível da mucosa. É um problema de saúde que não causa transtorno em pessoas saudáveis, salvo se a sai frequência e intensidade aumentar. Uma das causas mais comuns da irritação esofágica pode ser o refluxo esofágico. Atenção, há medicamentos que podem provocar irritação gastroesofágica. Quando falar com o seu médico de família ou consultar um gastroenterologista e sentir tais sintomas seguramente serão dispensados medicamentos de receita médica.

Nestas perturbações gástricas ligeiras o aconselhamento farmacêutico pode ser de grande importância. Explica-se porquê. Os antiácidos não podem ser tomados à toa, a sua utilização pode mascarar sintomas de perturbações mais ou menos graves, isto para explicar que deve haver uma avaliação prévia por um profissional de saúde antes de os tomar. Depois, a composição dos diferentes antiácidos é muito variável e com ela variam igualmente os efeitos secundários que podem ocorrer. Repare que há antiácidos com grande conteúdo de sódio que não podem ser tomados por hipertensos, diabéticos, insuficientes renais e doentes cardíacos, entre outros; e há mesmo antiácidos que podem influir noutros tratamentos, no caso de se estar a tomar antibióticos pode diminuir-se o seu efeito.

Para concluir, em jeito de síntese, perante queixas associados a problemas gástricos ligeiros, o aconselhamento farmacêutico é determinante, impõe-se dialogar com o utente com o objetivo de dispensar medicamentos para alívio ou conforto, mas procurando avaliar os seu hábitos alimentar, os seus estilos de vida e conhecer outras terapêuticas que eventualmente o doente esteja a fazer – só com esta abordagem é possível uma efetiva melhoria da qualidade de vida do doente e uso correto dos medicamentos.

Mário Beja Santos

 

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Mário Beja Santos
Mário Beja Santos
Toda a sua vida profissional, entre 1974 e 2012, esteve orientada para a política dos consumidores. Além da atividade funcional, foi representante associativo, tendo exercido funções no Comité Consultivo dos Consumidores, na Comissão Europeia, e na direção da Associação Europeia de Consumidores. Foi autor de programas televisivos e radiofónicos, bem como de dezenas de trabalhos no campo específico do consumo. Ao nível da sua participação cívica e associativa, mantém-se ligado à problemática dos direitos dos doentes e da literacia em saúde, domínio onde já escreveu algumas obras orientadas para o diálogo dos utentes de saúde com os respetivos profissionais, a saber Quem mexeu no meu comprimido?, 2009, e Tens bom remédio, 2013. Doente mas Previdente, dá continuidade a esta esfera de preocupações sobre a informação em saúde, capacitação do doente, o diálogo entre os profissionais de saúde, os utentes e os doentes. Colabora frequentemente com a imprensa regional e blogues, e exerce benevolato com associações de consumidores, como seu representante. Desde 2006 que se dedica igualmente a estudos sobre a colónia da Guiné portuguesa e a vida política na Guiné-Bissau, temas sobre os quais publicou uma dezena de livros.
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