João Moutão, presidente do Instituto Politécnico de Santarém, salientou na sessão solene de abertura do ano letivo, o crescimento do IP Santarém com a entrada de quase dois mil alunos neste ano. Já o representante dos alunos queixou-se da falta de residências para estudantes.
Há 1987 novos estudantes nas cinco escolas do Politécnico de Santarém – Agrária, Desporto, Educação, Gestão e Saúde, o que faz aumentar para 4.854 o número de alunos que frequentam a instituição de ensino superior.
Os números foram avançados na sessão solene de abertura do ano letivo, no passado dia 3 de novembro, pelo presidente do Politécnico de Santarém, João Moutão.
João Moutão adiantou igualmente que o número de alunos que escolheu o Politécnico de Santarém como primeira opção aumentou 15% relativamente ao ano anterior, dados que revelam que a notoriedade da instituição é cada vez maior.
“Estamos empenhados em prestar educação que vai muito além da sala de aula”, disse o responsável, referindo que os alunos são cada vez mais motivados a participar em projetos de voluntariado ou investigação, que enriquecem o percurso académico e formam melhores indivíduos.
Lembrando que há não muito tempo, em 2019, o Politécnico de Santarém ultrapassou pela primeira vez os 4 mil alunos inscritos num ano letivo, João Moutão acredita que em breve será ultrapassado o número icónico de 5 mil estudantes.
Mas o responsável máximo da instituição está consciente que “não é só ter cá os estudantes”, é preciso “ter as condições adequadas para os ter” e “envolver toda a sociedade”.
João Moutão adiantou que o Politécnico de Santarém tem atualmente cerca de 11 milhões de euros de investimentos em curso, a maior parte no alojamento estudantil, com 3 novas residências em Rio Maior, na antigo Colégio Andaluz e na Agrária, mas também em projetos de eficiência energética e na requalificação de edifícios e equipamento mais antigo.
Falaram na sessão solene de abertura do ano letivo os presidentes da Câmara de Santarém, Ricado Gonçalves, e de Rio Maior, Filipe Santana Dias, o presidente do Conselho Geral do IP Santarém, Hermínio Martinho, e o representante dos estudantes, André Pinto.
Representante dos alunos queixa-se da falta de residências
André Pinto afirmou o descontentamento pela falta de residências para estudantes, o que leva a que os alunos da área de Lisboa, Setúbal e Alentejo tenham de ir e vir todos os dias, por falta de alojamento. Segundo o representante dos estudantes, isto cria um problema na “vida académica depois das aulas”. Afirma que a situação tem inviabilizado a organização de eventos. “É preciso cativar os estudantes, caso contrário vamos perder alunos e até temos potencial para crescer de 4500 para 10 mil”, disse. Para o representante dos estudantes, “as três residências de estudantes já aprovadas e em construção em Rio Maior e Santarém já vão chegar tarde”. Além do problema da falta de alojamento e consequente falta de animação académica, André Pinto referiu a necessidade de investir mais na saúde mental, ação social e desporto para os alunos.
As críticas do estudante mereceram aplauso dos autarcas. O presidente da Câmara de Santarém até deixou de parte o discurso que trazia preparado para dissertar sobre a falta de residências para estudantes e a vida académica em Santarém.
Segundo Ricardo Gonçalves, “Santarém é mais madrasta do que mãe para os estudantes.
Não é só a noite académica. Muitas vezes olham mais para o barulho que para o resto”. Deu como exemplo o “recente desfile académico, que levou pessoas a queixar-se do lixo deixado pelos estudantes em vez de repararem na beleza da festa”.
O autarca aponta o dedo ao Governo, que “prometeu 12 mil residências para estudantes até 2020 e fez zero”.
Ricardo Gonçalves recorda que a Câmara de Santarém disponibilizou os imóveis da antiga EPC, mas o Governo não aprovou o projeto, o mesmo acontecendo com investimentos de 5 milhões na Agrária, perdidos “por incúria do presidente do INIAV”.
O presidente da Câmara de Rio Maior, Filipe Santana Dias, disse que “qualquer território que tenha a sorte de ter ensino superior tem uma riqueza que não pode ser ignorada”. Concordou que as duas residências para Rio Maior vêm tarde de mais, mas agradeceu à ministra ter colocado no PRR as verbas para estas residências.
Filipe Dias recordou que Rio Maior vai ter em breve 170 camas para estudantes, entre a residência da Escola de Desporto e investimento direto da câmara e garantiu que, pelo menos no que diz respeito às obras que estão a cargo da autarquia, estarão prontas em junho do próximo ano.
Ministra Mariana Vieira da Silva homenageada
O encerramento da sessão ficou marcado pela homenagem e oração de sapiência de Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência.
A sessão iniciou-se com um momento musical a cargo do grupo Três Bairros.
A cerimónia incluiu ainda a entrega de prémios, bolsas e certificados, nomeadamente “Prémios CGD aos estudantes com melhor média de curso”, “Prémio de Melhor estudante internacional de Mestrado”, “Prémios aos vencedores da fase regional do Poliempreende”, ”Bolsas de mérito aos estudantes de CTeSP” e “Certificados da Formação em Inovação Pedagógica”.
