Cerca de 50 alunos e professores de Escolas Profissionais de todo o país visitaram o Parlamento Europeu, numa experiência inesquecível da cidadania europeia em ação.
O Mais Ribatejo acompanhou a viagem a Bruxelas dos alunos vencedores do concurso “Por que vou votar nas Eleições Europeias de 2024”, organizado pela eurodeputada Margarida Marques em parceria com a Associação Nacional de Escolas Profissionais.
O mote do concurso era responder à questão “Por que vou votar nas Eleições Europeias de 2024” e os jovens estudantes deram largas à criatividade, com propostas muito variadas sobre a União Europeia, nomeadamente sobre o papel do Parlamento Europeu e sobre a importância de votar nas próximas eleições europeias que decorrem em Portugal a 9 de junho.
A visita decorreu de 15 a 17 de novembro no quadro das chamadas “Visitas Apadrinhadas por Deputados ao Parlamento Europeu”. Começou com um encontro dos alunos e professores com a deputada Margarida Marques, num jantar de boas-vindas em que todos tiveram oportunidade de dar a conhecer os projetos apresentados a concurso. E foram muito variados os projetos vencedores do concurso, desde histórias para crianças a vídeos, passando por concursos sobre a União Europeia e a importância de votar nas eleições europeias.
Os estudantes assistiram a uma conferência pelo Serviço de Visitas do PE e entraram no hemiciclo europeu. Um dos momentos altos foi a visita ao Parlamentarium, o maior centro de visitantes parlamentar da Europa. Aqui os visitantes fizeram uma viagem pela história e integração europeias e ficaram a conhecer melhor o caminho para a cooperação europeia, como o Parlamento Europeu funciona e o que os seus deputados estão a fazer para enfrentar os desafios de hoje.
O programa terminou com a participação do grupo em dois debates com Manoel Bordoy, Secretário Geral Adjunto das Escolas Europeias, e com Vítor Nogueira, da Direção Geral do Emprego (Skills Agenda) da Comissão Europeia.
Sensibilizar os jovens para a importância da democracia e de votar nas próximas eleições europeias foi o grande objetivo desta visita.
Inês Silva, da EPHTL – Póvoa de Santa Iria: “Uma visita inesquecível”
Inês Silva, aluna do 12.º ano, do curso de Restaurante/Bar da Escola Profissional de Hotelaria e Turi9smo de Lisboa – Polo da Póvoa de Santa Iria, deu conta ao Mais Ribatejo da grande satisfação por ter tido a oportunidade de fazer esta visita a Bruxelas. “Participámos neste concurso com um vídeo sobre a importância do conhecimento das línguas na restauração. Encenámos um conjunto de cenas num café envolvendo pessoas de diferentes nacionalidades que têm de se entender a falar francês, italiano, português…”
O projeto da EPHTL – Polo Santa Iria foi um dos vencedores do concurso. “É um prémio importante para nós, pois deu-nos esta oportunidade de visitarmos um espaço que só conhecíamos da televisão. Foi uma visita inesquecível que nos deixa mais enriquecidos”, afirma Inês.
Carolina Gonçalves, da EPHTL – Póvoa de Santa Iria: “Vou votar nas próximas eleições europeias com mais convicção”
Por seu lado, a colega Carolina Gonçalves, do 12.º ano do curso de Cozinha/Pastelaria, afirma que sai desta viagem mais convicta da importância de votar nas próximas eleições europeias. “Vai ser a primeira vez que vou votar e, para mim, vai ser muito importante exercer esse direito e contribuir para decidir o nosso futuro, pois o que se decide aqui no parlamento Europeu contribui decisivamente para o desenvolvimento de Portugal”, afirma Carolina. No seu percurso formativo pretende agora fazer o programa Erasmus+.
Miguel Lopo, da EPHTL – Póvoa de Santa Iria: “uma experiência gratificante”
Outro elemento da equipa desta escola, Miguel Lopo, considera que esta visita foi uma experiência única e muito gratificante.
EPHL – Póvoa de Santa Iria: Diplomados com empregabilidade total
A acompanhar estes alunos, a professora Patrícia Cabaço salienta que já há muitos anos que a Escola desenvolve projetos internacionais. “Os programas Erasmus e a mobilidade K2 já fazem parte da rotina da escola, proporcionando aos alunos experiências de formação noutros países.
A professora salienta a empregabilidade total dos alunos diplomados na Escola, frequentada atualmente por cerca de 290 alunos. “São as próprias empresas que nos procuram com ofertas de emprego e dispomos de excelentes parcerias com as empresas para a realização de estágios e colocação dos nossos alunos em empregos qualificados, bem remunerados e com perspetivas de evolução na carreira”.
Participaram nesta visita alunos e professores da Etap Escola Profissional, Escola Europeia de Ensino Profissional, ETEO – Escola Técnica Empresarial do Oeste, Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa, e o Polo de Póvoa de Santa Iria, a EPAD Escola Profissional, a INETE – Instituto de Educação Técnica, a Escola Profissional da Moita, a Escola Profissional do Fundão, a Epromat Escola Profissional de Matosinhos, a Insignare, e a Escola Profissional de Trancoso.
Deputada Margarida Marques explica aos alunos a importância do trabalho do Parlamento Europeu para as nossas vidas
A deputada Margarida Marques procurou explicar aos alunos como o trabalho realizado pelo Parlamento Europeu é importante para a vida de todos nós, dando como exemplos o roaming que permite que façamos chamadas de telemóvel no espaço europeu sem custos acrescidos e sem complicações.
E se estes alunos já tiveram a oportunidade de estudar num outro país europeu ao abrigo do programa Erasmus+ também isso se deve ao facto de fazermos parte da União Europeia.
Outro exemplo dado pela eurodeputada dos benefícios de que usufruímos por pertencermos à UE é a facilidade com que podemos viajar entre os 27 países da União Europeia, apenas com o cartão de cidadão, sem necessidade de passaporte…
A deputada salientou que esta visita das escolas profissionais tem um significado especial, recordando ter estado na origem da criação do ensino profissional em Portugal no ano de 1989. Um passo fundamental para a melhoria do sistema de ensino e formação profissional em Portugal, com o referiu a deputada, salientando que Portugal foi o pioneiro na Europa na utilização dos fundos europeus para o ensino profissional, tendo servido de exemplo a outros países como a França e a Irlanda. No entanto, Portugal tem ainda um longo caminho para se aproximar dos países europeus mais ricos e tecnologicamente mais avançados e que são também aqueles em que o ensino profissional tem maior peso. Em Portugal está entre os 10 países da UE com menor percentagem de alunos no ensino profissional – apenas 40%, enquanto a média na UE é de 49%. O Governo quer aumentar para 55% os diplomados do ensino secundário pela via profissional, até 2030.
