A Comissão Política Concelhia (CPC) de Rio Maior enfrenta uma crise institucional sem precedentes com a demissão coletiva de todos os seus membros. A decisão foi oficializada numa carta enviada ao presidente da Comissão Política Distrital de Santarém, José Dotti, e assinada pelo coordenador da CPC de Rio Maior, José Lúcio António Frazão.
Segundo o documento, a demissão deve-se a uma série de eventos que culminaram numa “situação insustentável” para a Comissão. José Frazão destaca que, contrariamente ao que foi alegado pelo Presidente da Distrital, ele nunca aprovou formalmente o candidato proposto para a CPC de Rio Maior, tendo apenas reconhecido a disponibilidade do mesmo. Reuniões e contactos foram realizados à sua revelia, desconsiderando a posição e o trabalho da CPC ao longo dos anos.
A carta expressa a indignação dos membros da CPC de Rio Maior, que se sentiram humilhados e desrespeitados pela forma como a Distrital conduziu o processo de escolha do candidato. Frazão menciona ainda uma atitude hostil por parte da Distrital para com as Concelhias que não seguiram as ordens impostas, especialmente no que concerne à campanha com o Dr. Pedro Frazão.
Este episódio ocorre num contexto de tensão crescente na estrutura distrital do Chega em Santarém. Recentemente, o Mais Ribatejo publicou uma notícia sobre a demissão do vice-presidente distrital, José Luís Albuquerque, que acusou a Distrital de Santarém de “terrorismo político”. Albuquerque mencionou divergências profundas com o presidente José Dotti, alegando práticas autoritárias e repressivas, bem como a proibição de contacto entre militantes e deputados eleitos, criando um “ambiente de medo e censura”.
A demissão coletiva na CPC de Rio Maior é vista como um reflexo das disputas internas mais amplas no partido, que envolvem figuras de destaque como os deputados Pedro Frazão e Luísa Areosa. Estes deputados têm contestado a metodologia de trabalho imposta pela Distrital, que determina a articulação obrigatória dos contactos com a distrital, levando a que muitos dirigentes de concelhias caiam em desgraça por desrespeitarem estas orientações.
A carta de demissão é subscrita por vários membros da CPC de Rio Maior, incluindo o vice-presidente Fábio Cruz, o secretário Wilson Crispim (não contactado até ao envio da demissão), e os adjuntos Flávia Frazão, Tomé Clemente, Daniel Morgado, Vítor Jorge, e Luís Agostinho. Alguns destes membros encontram-se suspensos ou aguardando recurso, mas manifestaram concordância com a demissão coletiva.
Este episódio marca um ponto crítico nas relações entre a CPC de Rio Maior e a Comissão Política Distrital de Santarém, levantando questões sobre a gestão interna e a coordenação política no seio do partido.
Mais desenvolvimentos são aguardados à medida que a situação evolui e as reações das entidades envolvidas são conhecidas.
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