Começo por realçar a resistência das pessoas, trabalhadoras e trabalhadores, que trabalham nesta corporação multinacional – a Nobre Alimentação – e que, apesar das dificuldades inerentes aos miseráveis salários que recebem, persistem na luta por melhores salários, condições de trabalho, de higiene, segurança no trabalho e o fim da precariedade laboral.
Treze meses a perderem um dia de trabalho por mês e respectivos subsídios, persistem em enfrentar a prepotência e arrogância de uma corporação multinacional que adquiriu a empresa, com o objectivo de obter o máximo de lucro no mais curto espaço de tempo, explorando ao máximo a classe trabalhadora que garante e sustenta a ganância insaciável dos seus accionistas.
Esta corporação multinacional, como todas as outras, multinacionais ou não, por mais que explorem, oprimam e pilhem a riqueza produzida pelas pessoas da classe social trabalhadora, tem todo o apoio das autoridades oficiais locais, regionais e nacionais, (“Município distinguiu exemplos de sucesso em Gala Empresarial (…) Vencedores (…) Empresa Investidora: Nobre Alimentação”. Boletim Municipal – junho 2024).
O prolongamento da luta, como nos demonstra a história da classe trabalhadora, corre o risco de quebrar pelo lado, fase à correlação de forças, mais fraco, isto é: perante as dificuldades inerentes ao rombo, todos os meses, nos miseráveis salários que recebem, pode levar pessoas a desistir, reduzindo, assim, as que resistem e persistem em continuar.
É imperioso reforçar a união, organização e determinação de todas as pessoas que trabalham na empresa, porque todas estão a ser exploradas, oprimidas e humilhadas por esta corporação multinacional. Para isso, é imperioso que as trabalhadoras e trabalhadores, assim como as suas organizações de classe, avancem no sentido de enfrentar a empresa de forma integrada, isto é, organizando-se e coordenando as suas lutas como um todo, e não como se fossem empresas distintas.
É uma corporação multinacional e, para a enfrentar, com forte probabilidade de vencer, as pessoas que nela trabalham devem organizar-se, unir-se e encetar as lutas de forma coordenada, solidária e fraternal, envolvendo as trabalhadoras e trabalhadores de todo o grupo, e não por país.
António Rodrigues da Costa