As eleições autárquicas são um dos momentos mais importantes no calendário político de Portugal.
No caso de Santarém, um município com uma história rica e uma significativa importância regional, as eleições autárquicas adquirem particular relevância, refletindo não só as dinâmicas locais, mas também os ecos das tendências políticas nacionais.
O município possui uma geografia diversificada, desde áreas urbanas mais desenvolvidas até freguesias rurais que ainda mantêm uma forte ligação às tradições agrícolas. Assim como se encontra numa situação geográfica, com ligações rodoviárias e ferroviárias, privilegiada que necessariamente tem de catapultar.
Santarém enfrenta uma série de desafios que impactam diretamente a gestão autárquica. O envelhecimento da população, a necessidade de revitalizar o centro histórico, a inclusão social e o desenvolvimento de infraestruturas urbanas e rurais são questões que devem ser centrais nas agendas políticas.
Os mandatos do PSD têm sido marcados pela lentidão na execução de algumas obras e à necessidade de maior investimento nas áreas rurais, bem como, por uma falta de visão para o concelho. Santarém perdeu capitalidade.
O Partido Socialista deve apostar numa mensagem de mudança, de maior dinamismo e soluções mais eficazes para os problemas locais, como a exclusão, a falta de habitação acessível, o deficiente investimento público e privado. As propostas do PS devem ter em conta uma visão de desenvolvimento sustentável e a criação de políticas que atraiam mais investimento para a região e maior igualdade social.
As eleições autárquicas, ao contrário das legislativas, têm a particularidade de serem muito mais próximas das necessidades e preocupações quotidianas dos cidadãos. Em Santarém, as escolhas feitas pelos eleitores têm um impacto direto na gestão da cidade e das freguesias rurais, influenciando decisões que afetam a vida diária da população.
As propostas do PS para Santarém devem, entre outras, incidir:
– Na promoção da mobilidade sustentável, aumentando a frequência dos transportes públicos, criando novas linhas para as zonas mais rurais e implementando políticas de bilhetes acessíveis, bem como, a criação de um parque periférico na cidade de Santarém, que permita o parqueamento automóvel e consequente maior utilização dos transportes públicos;
– No desenvolvimento económico local e apoio às PME, através de incentivos fiscais para pequenas empresas que criem empregos no concelho; programas de formação e requalificação para trabalhadores, especialmente em setores emergentes como a tecnologia e energias renováveis; maior apoio ao empreendedorismo local, através de incubadoras de empresas e redes de apoio para novos empresários, ajudando-os a aceder a financiamento e a desenvolver ideias inovadoras;
– Em políticas de habitação. A crise habitacional em muitas regiões de Portugal também afeta Santarém, algumas medidas possíveis incluem a construção de habitação social e de custo controlado, para apoiar as famílias de rendimentos mais baixos e a classe média; programas de reabilitação urbana, revitalizando edifícios abandonados e degradados no centro da cidade, transformando-os em habitações acessíveis;
– Em iniciativas de eficiência energética, como a instalação de painéis solares nos edifícios públicos;
– Em políticas de coesão e de inclusão social, como sejam as farmácias solidárias com medicamentos distribuídos gratuitamente a famílias carenciadas ou em situação de emergência social; construção de creches e jardins de infância municipais oferecendo vagas a custos reduzidos ou gratuitos, facilitando o acesso à educação infantil e apoiando a conciliação familiar; verdadeiros e eficazes programas de integração de imigrantes.
A descentralização de competências do Estado para os municípios, uma tendência que tem vindo a acentuar-se nos últimos anos, aumenta ainda mais a importância da eleição de representantes locais capazes de gerir eficientemente os recursos e tomar decisões estratégicas que promovam o desenvolvimento da região.
Santarém enfrenta uma série de desafios que exigirão uma liderança forte e visionária. A capacidade de atrair investimento, modernizar as infraestruturas, revitalizar o centro histórico e criar condições para fixar a população jovem serão temas centrais nos próximos anos.
A expectativa é que as futuras eleições autárquicas tragam uma renovação no debate e na liderança da política local. Santarém está num momento decisivo, onde as escolhas feitas pelos seus cidadãos poderão definir o rumo do município nas próximas décadas.
A mudança e liderança que Santarém necessita para afirmar a sua capitalidade, o seu desenvolvimento social e económico, é feita com o Partido Socialista, sem nevoeiros nem sebastianismos, com uma equipa que, no seu conjunto, deverá ter uma ligação efetiva ao concelho no seu todo.
Carlos Nestal
(Membro da Comissão Nacional do Partido Socialista)
Eleições antecipadas?!