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CAP alerta para crise grave provocada pela “doença da língua azul” e exige resposta urgente do Governo

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) lançou hoje um alerta urgente sobre o impacto devastador da febre catarral ovina, também conhecida como doença da língua azul, que afeta rebanhos de ovinos e bovinos em várias regiões do país, criando, segundo a PAC, uma “grave crise financeira e económica”. A confederação apelou ao Governo para que tome medidas urgentes para ajudar os produtores a lidar com os custos e garantir a sustentabilidade das explorações.

“A rapidez com que este novo serotipo 3 do vírus se está a agravar ainda mais o cenário”, refere a CAP, recordando que o surto, detectado inicialmente em setembro no distrito de Évora, já se alastrou a outros distritos do Alentejo e chegou recentemente a Santarém e Castelo Branco.

Impacto devastador para os produtores

A CAP revelou que a doença está causando um aumento alarmante de mortes e abortos entre os rebanhos ovinos, resultando em perdas financeiras “severas” para os produtores. Segundo dados do Sistema de Informação de Resíduos de Animais (SIRCA), registou-se um aumento de 54% na recolha de animais mortos no Baixo Alentejo em setembro, com mais de 4.000 animais recolhidos em comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando recentemente a ultrapassou a marca de 1.000 por dia.

“Este serotipo 3 está a dizimar os rebanhos”, alertou a CAP, acrescentando que, além das perdas imediatas, a crise afecta também a elegibilidade dos produtores para receber prémios de animais e pode comprometer as medidas de corregimes e agroambientais, fundamentais para a sustentabilidade do setor.

Vacina aprovada, mas com custos para os produtores

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) autorizou recentemente a utilização provisória da vacina Syvazul BTV 3 para ovinos e bovinos, mas a CAP critica que esta vacina não esteja incluída no Programa de Sanidade Animal (PSA). “A vacina representa custos elevados de aquisição e administração, além de que o processo de disponibilização tem sido moroso, dificultando uma resposta rápida e eficaz”, afirmou a confederação.

Apelo ao Governo para disponibilização gratuita da vacina

A PAC exige uma resposta rápida do Governo, com a disponibilização da vacina sem encargos para os produtores, face às “taxas de mortalidade e abortos muito elevados” que ameaçam a sustentabilidade das explorações pecuárias. A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) já tinha, anteriormente, apelado ao Estado para que apoiasse a totalidade dos custos da vacina.

Com esta situação, a PAC apela a uma intervenção célere e eficaz para apoiar o setor e garantir a continuidade da produção pecuária em Portugal.

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