Em entrevista ao Mais Ribatejo, Rui Paulo Teixeira, diretor artístico do Festival de Órgão de Santarém (FÓS), revelou os destaques da edição de 2024, que se realiza de 10 de novembro a 1 de dezembro.
Uma das grandes novidades deste ano é a estreia absoluta de uma peça musical composta pelo maestro ao longo de 25 anos, com base nos textos em latim do Ordinário da Missa, adaptados pelo autor Álvaro Áspera. Musicalmente, dado o compositor ter escolhido musicar a versão do texto em latim criada pelo escritor, a composição foi abordada em estilo livre que lhe é próprio mas segundo a escrita musical estilística do classicismo assumidamente inspirada na escrita mozartiana tardia, nomeadamente ao nível do estilo da orquestração.
“É uma obra muito especial para mim, pois foi composta de forma despretensiosa, apenas para mim e para o autor do texto”, explica Rui Paulo Teixeira.
A programação deste ano consolida o formato do festival, dividindo-se entre concertos de música especializada, incluindo música antiga, e espetáculos itinerantes pelas vilas do concelho de Santarém. Em parceria com o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, o festival apresenta o Ludovice Ensemble e os Musos de Ensemble, ambos especializados em música antiga. Além disso, o evento conta com o organista húngaro Adam Tabazdi, trazido pela Embaixada da Hungria em Lisboa, e com Afonso Torres, jovem promessa portuguesa, que assumem a residência musical do festival.
Outros destaques incluem a participação da Orquestra Clássica do Centro, a Orquestra de Sopros de Ourém, e um ciclo de concertos de órgão em várias localidades e adegas da região, em celebrações de Santarém como Cidade do Vinho.