A Vila Galé, reconhecida cadeia hoteleira portuguesa, anunciou esta sexta-feira um projeto ambicioso de reabilitação da histórica Quinta da Cardiga, localizada no concelho da Golegã. Com um investimento de cerca de 20 milhões de euros, a propriedade será transformada no hotel Vila Galé Collection Tejo – Country Resort Hotel Convention, Spa & Equestrian Sports, um resort de campo com temática dedicada às Ordens dos Templários e de Cristo. Este projeto, que deverá arrancar no segundo trimestre de 2025, visa valorizar o património e trazer um turismo de qualidade para o interior do país, contribuindo para o desenvolvimento regional e aliviando a pressão turística no litoral.
História e arquitetura da Quinta da Cardiga
A Quinta da Cardiga, classificada como imóvel de interesse público desde 1952, soma vários séculos de História. Originalmente doada aos Templários em 1169 por D. Afonso Henriques, foi ali erguido um castelo que integrou o sistema defensivo do Médio Tejo, do qual faziam também parte Almourol, Ceras e Zêzere. Mais tarde, com a extinção da Ordem Templária, a Quinta foi entregue à Ordem de Cristo. Já no século XVI, durante o reinado de D. João III, tornou-se uma propriedade de veraneio. A intervenção do arquiteto João Castilho, responsável pela ampliação do Convento de Cristo em Tomar, conferiu-lhe um estilo apalaçado com amplas áreas residenciais, pátios e zonas agrícolas.
Desenvolvimento do projeto em duas fases
Enaltecendo a História do local, o futuro Vila Galé Collection Tejo, cujos trabalhos deverão começar no 2.º trimestre de 2025, vai ser desenvolvido em duas fases.
A primeira será dedicada à recuperação do núcleo principal do empreendimento, composto pelo Palácio – preservando-se os seus amplos salões, cúpulas e abóbadas seculares, bem como os múltiplos painéis de azulejos e estatuária –, Lagar e Celeiro. Mas também dos antigos edifícios das cocheiras, do picadeiro, de forma a poder receber competições oficiais, e da capela, decorada com azulejaria de padrão e retábulo de pedra na capela-mor com alto relevo da Nossa Senhora da Misericórdia.
Compreenderá 71 quartos, receção, bar panorâmico, restaurante, spa com piscina interior, salas de massagens e ginásio, piscinas exteriores para adultos, zona de lazer para crianças e campos de futebol, padel e polidesportivo, picadeiros externo e coberto e cocheiras.
Já a segunda fase, que decorrerá em 2027, será dedicada ao conjunto de edifícios a norte da Quinta da Cardiga, também desativados e em ruínas. Aqui, surgirão mais 45 quartos e um grande salão de eventos.
Compromisso com o património e o turismo no interior
“Queremos fazer aqui um hotel de grande qualidade, que permita atrair mais turistas e visitantes para a região. Será um resort de campo que, como não podia deixar de ser, estará muito ligado à tradição equestre. Mas também homenageará o valor histórico do Palácio e de toda a propriedade, tirando partido da sua localização e da beleza das paisagens que rodeiam”, antecipa o presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida.
“Trata-se de mais um projeto de recuperação de património e, mais uma vez, no interior do país, porque queremos cada vez mais contribuir para o seu desenvolvimento, até para aliviar a carga turística que existe no litoral”, sublinha.
O tema será a história da Ordem dos Templários e da Ordem de Cristo.
Abertura prevista para 2026
Com abertura prevista para junho de 2026, caso o licenciamento seja aprovado até ao fim do 1.º trimestre de 2025, o Vila Galé Collection Tejo deverá criar 40 postos de trabalho diretos na primeira fase, contribuindo para o desenvolvimento económico e cultural da Golegã e arredores.
O futuro hotel promete ser um destino turístico de referência, combinando luxo e conforto numa paisagem marcada pela herança dos Templários, fortalecendo a identidade da região e valorizando o património histórico e cultural português.