O rio Almonda, em Torres Novas, foi palco de um grave incidente de poluição ambiental no passado mês de agosto, que resultou na morte de milhares de peixes. A Câmara Municipal de Torres Novas revelou que a origem do problema foi uma descarga ilegal de poluentes, mas lamentou não conseguir identificar os responsáveis até ao momento.
De acordo com as análises realizadas pela Polícia de Segurança Pública (PSP), os níveis de carência bioquímica e química de oxigénio registados no rio eram até 28 vezes superiores aos limites aceitáveis para um bom estado ecológico. Esta situação, indicativa de uma descarga ilegal de poluentes possivelmente de origem não doméstica, provocou um impacto devastador no ecossistema local.
Investigação e medidas futuras
Apesar dos esforços desenvolvidos, a origem da descarga permanece desconhecida, estando a investigação a cargo das autoridades judiciais. Em declarações ao Mais Ribatejo, João Trindade, vereador do Ambiente, classificou o episódio como “um crime ambiental de grande magnitude” e expressou a frustração pela ausência de responsáveis identificados. “É uma situação anormal e lamentável que ficará marcada na história de Torres Novas”, sublinhou.
Após o incidente, foi levantada a interdição à pesca e a atividades recreativas no Almonda. Além disso, a Câmara Municipal disponibilizou os resultados das análises à qualidade da água, bem como dados adicionais que permitem acompanhar a evolução da qualidade do rio ao longo dos últimos três anos.
Plano de ação para proteger o Almonda
O município, em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e outras entidades, está a implementar um plano de ação para prevenir futuros episódios de poluição. As medidas incluem:
– Reforço da fiscalização e identificação de potenciais fontes de descarga.
– Aquisição de uma sonda para monitorizar, em tempo real, a qualidade da água.
– Continuidade dos trabalhos de limpeza, renaturalização das margens e desenvolvimento do corredor ecológico.
Mensagem de esperança
João Trindade destacou o sentimento de pertença da população em relação ao Almonda, que descreveu como uma “marca identitária” de Torres Novas. “Apesar deste incidente, a ligação da comunidade ao rio é evidente, e deixo uma mensagem de esperança: teremos mais dias bons para o Almonda do que dias maus como este”, concluiu o vereador.
A autarquia reafirma o seu compromisso com a qualidade e preservação do rio Almonda, apelando à colaboração de todos para proteger este recurso essencial para a região.
E o costume: lamentos das ditas autoridades por não se ter conseguido “identificar os responsáveis até ao momento”. Só quem não acompanha estes casos poderá acreditar que isso ainda poderá acontecer: identificar os responsáveis. Disse o vereador: “teremos mais dias bons para o Almonda do que dias maus como este”. Vamos aguardar. Basta ver o que acontece noutros afluentes e subafluentes do Tejo: a poluição continua.