O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra D’Almeida, esteve hoje em visita ao Hospital Distrital de Santarém, onde se reuniu com o Conselho de Administração para discutir medidas de preparação das unidades hospitalares face ao aumento da procura esperado durante o inverno.
Preocupações com o inverno e capacidade das urgências
Em declarações à agência Lusa, António Gandra D’Almeida destacou que o SNS está a implementar estratégias para evitar que as urgências atinjam o limite da sua capacidade, um desafio frequente nos meses mais frios.
“Os hospitais estão a preparar-se para o inverno. Nós todos sabemos que o inverno é sempre uma altura muito complexa em que as ULS [Unidades Locais de Saúde] chegam ao seu limite, e estamos a tentar evitar isso ao máximo. Mas vamos ter um inverno mau, temos é que trabalhar para tentar colmatar ou diminuir esse excesso de necessidade assistencial”, afirmou.
Falta de profissionais e plano de contingência
O responsável admitiu a existência de constrangimentos nas equipas médicas, reconhecendo as dificuldades em várias regiões do país e reforçando a necessidade de medidas para atrair e reter profissionais.
“Claro que existem constrangimentos nas equipas e nos profissionais, e por isso é que nós tentamos cativar, contratar e dar melhores condições para podermos dar uma resposta adequada à população portuguesa”, disse.
Durante a visita, o diretor executivo manifestou preocupação com a situação no Hospital Amadora-Sintra, que recentemente ativou um plano de contingência devido à saída de 11 cirurgiões. Gandra D’Almeida assegurou que está em curso um plano para a contratação de mais profissionais, sublinhando a responsabilidade de garantir assistência à população.
Visita a Santarém e outras unidades do país
Esta deslocação ao Hospital Distrital de Santarém marca o início de um périplo por várias unidades de saúde, incluindo visitas programadas às Unidades Locais de Saúde do Baixo Alentejo e do Algarve. O objetivo é conhecer de perto os desafios enfrentados pelas instalações e delinear respostas para o período de maior procura assistencial.
“Preocupa-me muito essa situação [no Amadora-Sintra] e nós temos trabalhado em proximidade com o conselho de administração. Foi delineado um plano que passa pela contratação de profissionais, mas acima de tudo, com uma grande responsabilidade de dar resposta à população”, reforçou.
Exonerações na saúde sem motivos políticos
Questionado sobre as recentes mudanças nos conselhos de administração de unidades de saúde, como na ULS do Algarve, o diretor executivo afastou qualquer influência política, justificando as alterações como decisões estratégicas para melhorar a gestão.
“Por vezes, é necessário melhorar algumas condições por visão estratégica”, afirmou.
Com o inverno à porta, o SNS e os hospitais enfrentam o desafio de gerir a procura crescente, reforçando equipas e recursos para garantir uma resposta eficaz às necessidades dos utentes.