No Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala hoje, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelou dados preocupantes sobre os crimes de violência no país. No distrito de Santarém, foram registadas 744 mulheres vítimas de violência entre 2022 e 2023, colocando a região no 10.º lugar entre os distritos com mais ocorrências.
A nível nacional, os distritos com maior número de vítimas femininas são Lisboa, com 5.327 casos (22,4% do total), seguido de Faro, com 4.060 (17,1%), e do Porto, com 3.270 (13,7%). Por outro lado, os distritos da Guarda (65), Bragança (75) e Beja (91) registam os números mais baixos.
No distrito de Santarém, os 744 casos representam uma parte significativa da realidade regional, embora o número seja inferior ao de outras áreas mais populosas, como Braga (2.254) e Setúbal (1.710). A APAV alerta para a gravidade do fenómeno em todas as regiões do país, independentemente do número de casos.
O perfil dos agressores e as características dos crimes
Em todo o país, os dados da APAV mostram que 68,5% dos agressores são homens, sendo a faixa etária predominante entre os 36 e 55 anos (21,2%). Em quase metade dos casos (47,3%), a violência é perpetrada por alguém com uma relação íntima com a vítima, como o cônjuge ou companheiro.
A residência comum é o local mais frequente dos crimes (50,8%), evidenciando a gravidade da violência doméstica. Além disso, 49,8% das mulheres vítimas foram alvo de vitimação continuada, com 28,1% destas situações a prolongarem-se por períodos entre dois a seis anos.
A realidade local e nacional: uma chamada à ação
Embora o número de casos no distrito de Santarém seja inferior ao de áreas urbanas mais densas, como Lisboa ou o Porto, as 744 mulheres vítimas de violência representam uma parte significativa da população regional, chamando a atenção para a necessidade de maior sensibilização, prevenção e apoio às vítimas.
A nível nacional, os dados da APAV mostram que 23.808 mulheres foram vítimas de violência nos últimos dois anos, um número que continua a ser alarmante e reflete a necessidade de reforço de políticas públicas e ações comunitárias para erradicar este flagelo.
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres é uma oportunidade para refletir sobre os números e trabalhar para criar uma sociedade mais segura e igualitária. Em Santarém e no resto do país, este é um compromisso que deve ser assumido por todos.
