Quarta-feira, Dezembro 11, 2024
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Trabalhadores em greve querem entregar resolução à União das Misericórdias

Um grupo de trabalhadores de santas casas de misericórdia de vários pontos do país estão em greve e concentrados em Fátima, onde preparam uma resolução com as reivindicações para tentarem entregar aos responsáveis das instituições.

Os trabalhadores juntaram-se em frente ao Centro João Paulo II, onde decorre a assembleia geral da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), e o grupo pretendem entregar aos provedores o documento, para reforçarem o pedido de melhores condições de trabalho, em que voltarão a insistir na reunião marcada para 11 de dezembro.

A representante do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal – CESP, Catarina Fachadas, acentuou que “há provedores que continuam a não querer cumprir a lei e a pagar aquilo que é devido aos trabalhadores, que é a diuturnidade com o tempo integral de serviço, e essa contagem tem de ser feita e o valor tem de ser pago”.

“Algumas já estão a pagar, outras começaram a pagar por via de terem sido sentenciadas, mas há muitas que continuam a não querer pagar, a fazer ouvidos moucos e a ignorar os trabalhadores e a lei”, censurou, em declarações à agência Lusa, Catarina Fachadas.

Na resolução que estão a preparar, a representante do CESP acrescentou que consta a reivindicação do “aumento justo do salário que não tiveram ainda este ano a maioria deles, ou os que tiveram apenas ficaram praticamente colados ao salário mínimo”.

Além do aumento pedido para 2024 de 150 euros a partir do salário mínimo para todos, é reivindicada a celebração de um Contrato Coletivo de Trabalho entre o CESP e a UMP, com todos os direitos já conquistados, “tanto no Acordo de Empresa da UMP, como na Portaria de Extensão do CCT das IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social].

Sem avançar com números, Catarina Fachadas disse que os trabalhadores presentes em Fátima “não serão tantos como aqueles que têm desejo de o fazer, porque as misericórdias estão, como praticamente o setor social, a trabalhar o ano inteiro e serviços mínimos”.

“São poucos a fazer o trabalho de muitos”, censurou a sindicalista.

A representante do CESP espera ser possível entregar o documento e manifestou-se disponível para conversar, caso os elementos presentes da assembleia geral da UMP tenham essa abertura.

A representante sindical acrescentou que, entre os trabalhadores presentes, equaciona-se a possibilidade de uma nova paralisação, em dezembro ou janeiro, caso as pretensões apontadas não sejam atendidas.

“Hoje houve um reafirmar e uma intensificação do protesto por parte dos trabalhadores que aqui estão em greve e em luta e que já estão a assumir – porque vai havendo conversas paralelas de trabalhadores – de que se tivemos de fazer, faremos novamente em dezembro ou em janeiro”, acrescentou Catarina Fachadas.

 

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