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Eça de Queirós no Panteão Nacional: Um tributo à memória e à obra do escritor

A trasladação dos restos mortais de Eça de Queirós para o Panteão Nacional, em Lisboa, decorreu esta quarta-feira, 8 de janeiro, sob chuva intensa, simbolizando um momento histórico na homenagem a um dos maiores nomes da literatura portuguesa.

A cerimónia, que teve início na Assembleia da República com uma escolta de honra motorizada e culminou no Panteão Nacional com a participação de mais de 300 convidados, incluiu momentos musicais e leituras de excertos das obras de Eça de Queirós. O evento contou com a presença de altas figuras do Estado, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Um ato de justiça e reconhecimento

Marcelo Rebelo de Sousa descreveu a trasladação como “um ato de justiça evidente” e destacou a vitalidade da obra de Eça, que permanece viva e atual. “Poucos escritores estão tão vivos como Eça de Queirós, porque continuamos a lê-lo de facto, para além do dever escolar”, afirmou o chefe de Estado, sublinhando a importância de cuidar da obra do autor para as gerações futuras.

José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, elogiou a capacidade única de Eça de olhar para o país através de uma “escrita elegante e culta” e de uma “deliciosa ironia”. Considerou o autor como um “reformista” que retratou, com uma visão desapaixonada, as realidades sociais, políticas e culturais de Portugal.

Uma trajetória marcada por controvérsia e legado literário

A trasladação de Eça de Queirós para o Panteão Nacional foi aprovada por unanimidade em 2021, mas enfrentou oposição de seis dos 22 bisnetos do escritor, que recorreram à justiça para tentar impedir a mudança. O Supremo Tribunal Administrativo rejeitou o recurso, permitindo que a cerimónia se concretizasse.

Nascido em 1845, na Póvoa de Varzim, Eça de Queirós é reconhecido como um dos maiores escritores realistas do século XIX. Autor de obras icónicas como Os Maias, O Primo Basílio e O Crime do Padre Amaro, a sua vasta produção literária continua a ser estudada e admirada tanto em Portugal como no estrangeiro.

Agradecimento às gentes de Santa Cruz do Douro

Durante a cerimónia, José Pedro Aguiar-Branco dirigiu palavras de agradecimento às gentes de Santa Cruz do Douro, em Baião, que cederam o jazigo de família onde os restos mortais de Eça estiveram desde 1989.

Eça de Queirós morreu em 16 de agosto de 1900 e foi sepultado em Lisboa. Em setembro de 1989, os seus restos mortais foram transportados do Cemitério do Alto de São João, na capital, para um jazigo de família, no cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião. “Agora, no Panteão Nacional, a memória e o legado de Eça continuarão a inspirar-nos”, concluiu o presidente da AR.

Honras de Estado e o compromisso com a obra

O evento culminou com a execução do hino nacional pela banda da GNR, num momento solene que celebrou o reconhecimento do papel de Eça de Queirós na história cultural e literária de Portugal. A cerimónia reforçou o compromisso de perpetuar a obra do autor como uma referência para a educação e o futuro das novas gerações.

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