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População exige fim da poluição da fábrica de bagaço de azeitona em Parceiros da Igreja

A população da aldeia de Parceiros de Igreja, em Torres Novas, exige soluções para um problema de maus cheiros e poluição, tendo o município assegurado que as autoridades realizaram uma inspeção à fábrica em causa.

“As pessoas têm toda a razão para terem este sentimento, para estarem indignadas, insatisfeitas e ansiosas pela resolução de um problema ambiental, mas também de saúde pública”, disse na quinta-feira à Lusa o vereador João Trindade.

O vereador esteve reunido na aldeia com cerca de 60 moradores a quem transmitiu a informação de que uma fábrica local de processamento de bagaço de azeitona havia sido alvo de uma “inspeção musculada” na quarta-feira, tendo indicado ser “necessário aguardar pelo relatório” final “para se tomarem decisões em conformidade”, e que pode passar pelo fecho ou por investimentos.

Vereador reuniu com população

João Trindade, que detém o pelouro do Ambiente no município de Torres Novas, disse à Lusa, após a reunião com a população, que o problema “deriva de uma fábrica de processamento de bagaço de azeitona”, que, “nos períodos em que está a laborar com mais intensidade, emite um forte odor, um cheiro insuportável, ficando a aldeia como que envolta em nevoeiro”, situação que “já não sucedia desde 2021” e que regressou este ano.

Além disso, “há a questão da emissão de partículas, que se depositam nas piscinas, nos terraços, nos estores das janelas e nas roupas, e as pessoas queixam-se e queixam-se com propriedade”, destacou, depois de ter ouvido a população durante cerca de duas horas.

A reunião, que encheu o antigo Clube Recreativo de Parceiros de Igreja, decorreu depois de, há três semanas, a população ter-se deslocado em peso à Assembleia Municipal de Torres Novas para denunciar um problema que afirmaram ser “de saúde pública” e colocava em causa o próprio “respirar” na aldeia, onde habitam cerca de 900 pessoas, tendo o vereador assegurado então uma resposta célere e novidades no espaço de duas semanas.

ASAE fez inspeção à fábrica esta quarta-feira

“Não foi em duas semanas, mas foi em três”, disse João Trindade, num processo que “culminou com uma inspeção da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), na semana passada”, e, “esta quarta-feira, com uma ação inspetiva de várias equipas e departamentos municipais, a par de entidades como a autoridade de saúde, GNR, e Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, entre outras.

“É um processo legal que tem de se fazer porque não podemos tomar nenhuma decisão sem estar devidamente fundamentada com pareceres técnicos e jurídicos”, notou, tendo indicado que “a vistoria à fábrica vai culminar num relatório” do qual disse esperar “resulte em consequências”.

“Algo tem de ser feito e algo tem de mudar, para bem do ambiente e da saúde das pessoas”, declarou.

Nesse sentido, o responsável disse que a ação inspetiva era um “sinal de esperança”, tendo pedido “algum tempo para as autoridades elaborarem o relatório e ver se a fábrica muda”, tendo agendado nova reunião para o início de setembro ao mesmo tempo que apelou à população para que “não deixe de exercer pressão e de reivindicar os seus direitos”.

Empresa não se atualizou e está a laborar como há 100 anos

Em declarações à Lusa, o presidente da União de Freguesias de Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel, Manuel Carvalho, assegurou que a população vai “esperar pelo resultado da inspeção, aguardar se há investimentos e ver se o problema se resolve”, tendo feito notar, no entanto, que as pessoas “não vão baixar os braços” perante um problema que afirmou ser “muito grave, não só para as pessoas deEParceiros de Igreja mas também para aldeias vizinhas, onde também chegam as partículas e os maus odores” emitidos pela fábrica.

“Com este odor não se consegue viver aqui porque a empresa não se atualizou e está a laborar como há 100 anos. Nós não vamos baixar os braços, de certeza absoluta, e se alguém vai ter de ir embora é a empresa, não as pessoas”, vincou.

Pode ter também:

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  1. Estas indústrias poluidoras não se importam com o bem estar da população. Se não sabem modernizar-se não podem nem devem funcionar. A saúde é um peso na despesa pública e é obrigatório zelar e exigir medidas.

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