O Cine Teatro S. Pedro, em Alcanena, acolheu no passado dia 1 de outubro um seminário dedicado ao olival tradicional, que reuniu cerca de 100 participantes, incluindo olivicultores, empresários do setor e representantes governamentais.
O encontro, intitulado “Olival Tradicional – Políticas Públicas, Sustentabilidade e Competitividade”, resultou de uma organização conjunta da Associação para a Promoção do Olival e Azeite Aire e Candeeiros (APOAC), da Câmara Municipal de Alcanena e da Direção Geral do Território.
Durante o seminário, foram debatidos diversos temas cruciais para o setor, desde o reordenamento e gestão da paisagem até ao olivoturismo, passando pela produção de azeitona e azeite, serviços ecossistémicos e financiamento sustentável. Entre os oradores destacaram-se especialistas como Paula Castro, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, e Francisco Dias, do Projeto Olive4All.
O presidente da Câmara Municipal de Alcanena e da Comissão de Cogestão do PNSAC, Rui Anastácio, destacou a importância das 7.200 famílias que mantêm cerca de 1,3 milhões de oliveiras na região, suportando a atividade de 37 lagares de azeite distribuídos por sete municípios: Alcanena, Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Rio Maior, Santarém e Torres Novas.
No encerramento do evento, o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, sublinhou a relevância histórica, territorial, social e económica do olival tradicional, comprometendo-se a apoiar a valorização da fileira neste território. O governante elogiou ainda o trabalho desenvolvido no âmbito do Projeto Ouro Líquido, reconhecendo a sua visão transformadora.
O seminário surge num momento importante para o setor, com a recente constituição da APOAC, que arranca com 53 associados fundadores. Esta associação sem fins lucrativos emerge como uma das medidas do Projeto Ouro Líquido, iniciativa que desde junho de 2023 tem mobilizado mais de 300 pessoas em dinâmicas participativas, visando a valorização do olival tradicional e do azeite da região.
A iniciativa pretendeu não só sensibilizar para a importância do olival tradicional na fixação das populações e desenvolvimento equilibrado do território, mas também explorar novos modelos que garantam a sua sustentabilidade e competitividade, num esforço para contrariar o abandono verificado nas últimas décadas.
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