Vários alunos da freguesia da Azinhaga, no concelho da Golegã, poderão ter de frequentar a escola sede na vila já no próximo ano letivo, caso o número de matrículas não seja suficiente para garantir a abertura de novas turmas no centro escolar de Azinhaga.
Redução de turmas e transferência de alunos
A situação foi admitida por Diogo Rosa, vereador da Educação da Câmara Municipal da Golegã, que explicou que a proposta de constituição de turmas para o ano letivo 2025/2026 — aprovada por unanimidade no Conselho Municipal de Educação em fevereiro — prevê duas turmas de jardim-de-infância e três do 1.º ciclo para a escola da Azinhaga. No entanto, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) terá indicado que apenas será possível abrir uma turma de jardim-de-infância e duas de 1.º ciclo, com base nas matrículas registadas até ao momento.
No caso do pré-escolar, estão atualmente matriculadas 25 crianças. Uma delas, com necessidades educativas especiais, obriga a que a turma não ultrapasse os 20 alunos, ficando cinco crianças sem vaga suficiente para justificar a abertura de uma nova turma — o que poderá conduzir à sua deslocação para a vila da Golegã.
Abaixo-assinado com centenas de assinaturas
O vereador frisou que a autarquia “não tem competência para decidir sobre a abertura ou encerramento de turmas”, mas garantiu estar “ao lado dos pais”, tendo inclusive promovido um abaixo-assinado com centenas de assinaturas, já enviado à DGEstE, a solicitar a manutenção das turmas na Azinhaga.
CDU critica continuação do desmantelamento de serviços públicos
A CDU reagiu com dureza à possibilidade de transferência dos alunos, considerando a decisão “inadmissível” e acusando o Governo de desmantelar os serviços públicos no território. Em comunicado, a coligação evocou anteriores encerramentos como os dos CTT e a redução de valências no centro de saúde da Azinhaga, afirmando que esta medida “desrespeita as famílias e o direito à escola pública”.
Diogo Rosa sublinhou ainda que a escola da Azinhaga “tem melhores condições físicas e pedagógicas” do que a da Golegã, e alertou para os transtornos logísticos e familiares que esta situação poderá implicar.
A decisão final sobre a constituição das turmas caberá à DGEstE, e dependerá da evolução do número de matrículas, cujo prazo ainda está a decorrer.