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Chuva não travou a força das tradições no 1.º Festival Raízes Vivas (vídeo)

A chuva teimosa que se fez sentir no sábado não apagou o espírito festivo que invadiu a Aldeia das Caneiras, em Santarém, durante o 1.º Festival Raízes Vivas. Com o Tejo por testemunha, o evento celebrou a identidade ribatejana através da gastronomia, das tradições e da cultura local — um verdadeiro regresso às origens, mesmo debaixo de água.

Do Milagre ao sabor: fé e tradição de mãos dadas

O dia começou com uma missa na Igreja do Santíssimo Milagre, seguida de uma romaria a cavalo até às Caneiras. A cerimónia religiosa abriu caminho para uma jornada onde o sagrado e o profano conviveram lado a lado — num ambiente onde os sabores e os costumes antigos foram protagonistas.

Gastronomia de quilómetro zero e de causas maiores

O Festival Gastronómico foi o ponto alto do dia. Dezessete chefes e cozinheiros, entre os quais o escalabitano Rodrigo Castelo, reinterpretaram produtos locais como o touro-bravo, javali, lagostim e o controverso peixe ciluro, espécie invasora que ameaça o ecossistema do Tejo.

“É o quilómetro zero e também uma chamada de atenção para problemas ambientais. Estamos a cozinhar predadores, mas também a valorizar os nossos produtos autóctones”, referiu Rodrigo Castelo, curador do festival.

A iniciativa contou com o apoio do projeto Life Predator, que forneceu cerca de 300 quilos de siluro para confeção. O objetivo? Estimular o consumo deste peixe e, com isso, ajudar a controlar a sua proliferação.

Aficionados desafiaram o tempo pela festa brava

Mesmo com o temporal, a Corrida de Toiros Solidária atraiu centenas de aficionados à praça desmontável montada no centro da aldeia. Em praça estiveram os cavaleiros Manuel Teles Bastos, Parrarita Cigante e Tristão Teles Queiroz, bem como os forcados Amadores de Santarém e Aposento da Moita.

“Torear à chuva é duro, mas o público merecia o espetáculo”, sublinhou um dos intervenientes.

Música, folclore e a alma do Ribatejo

Durante todo o dia, grupos de música tradicional e folclore animaram o recinto, transformando as Caneiras num palco vivo de expressões populares. Entre cantares, danças e aromas vindos das tasquinhas, o Ribatejo mostrou-se na sua forma mais autêntica.

Comunidade unida por uma causa

O festival foi organizado pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Câmara Municipal de Santarém, Associação dos Amigos das Caneiras e a Associação Cultural da Ruralidade, Costumes e Tradições. Parte das receitas revertem a favor da igreja local e das associações envolvidas.

Mesmo com o céu carregado, o saldo foi positivo. “São as pessoas que fazem os eventos. Esta equipa é formidável”, frisou Rodrigo Castelo, visivelmente emocionado com a adesão da comunidade.

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